A forte queda na venda de veículos novos no Brasil começou a afetar mais intensamente integrantes da cadeia produtiva da indústria automobilística brasileira. Duas grandes fabricantes de pneus no Brasil, a Bridgestone e a Michelin, estão avaliando medidas de corte da produção por meio de afastamento de trabalhadores. Elas se juntarão à Pirelli, que possui aproximadamente 1,5 mil funcionários em lay-off (suspensão temporária dos contratos) nas quatro fábricas que tem país.
Segundo o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, a Bridgestone informou, na semana passada, que pretende até julho dar férias coletivas aos trabalhadores na fábrica de Santo André (SP). O número de funcionários que poderão ser afastados temporariamente, no entanto, ainda não foi definido pela empresa.
De acordo com a companhia, as medidas estão sendo estudadas para as quatro fábricas no país: Santo André, Camaçari (BA), Campinas (SP) e Mafra (SC) , nas quais trabalham cerca de 3,7 mil pessoas ao todo.
Já a Michelin informou ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Borracha e Afins (Stiaberj) que tem a intenção de adotar alguma medida de corte de produção a partir de junho na fábrica em Itatiaia (RJ). Em nota, a empresa afirmou que vai adaptar a produção à demanda do mercado com “eventuais paradas” na fabricação de pneus para ônibus e caminhões “ao longo das próximas semanas”.
No início de maio, a Pirelli colocou 1,5 mil trabalhadores em lay-off por cinco meses nas fábricas de Santo André (SP), Campinas (SP), Gravataí (RS) e Feira de Santana (BA). O número equivale a 12,5% de toda a mão de obra da fabricante de pneus.