O Facebook completou em fevereiro dez anos de existência, reunindo em torno de si uma legião que chega hoje a 1,3 bilhão de usuários de longe, a rede social mais acessada do planeta. Mark Zuckerberg, porém, quer mais. Há cerca de um ano, a empresa assumiu a missão de levar conexão à internet a todas as 4 bilhões de pessoas que ainda não têm acesso a esta tecnologia no mundo. Apesar de alardeada como uma causa nobre, capaz de levar desenvolvimento econômico e social às regiões mais pobres, a iniciativa também busca ampliar o mercado do Facebook e garantir a evolução da rede.
Para tal, Zuckerberg arregimentou parceiros que vão desde desenvolvedores de dispositivos móveis e softwares, como Ericsson, Samsung, Nokia e Qualcomm, a operadoras de telefonia, consideradas essenciais para o desenvolvimento do projeto, batizado de Internet.org. A intenção é que estas empresas ofereçam, em parceria com o Facebook, pacotes de dados a baixíssimo custo para celulares ou até de forma gratuita, inicialmente.
A queda dos valores será possível por meio de tecnologias desenvolvidas para aprimorar a capacidade de compressão dos dados. Assim, um usuário poderá navegar na internet e usar aplicativos pelo celular mesmo em redes de baixa velocidade.
Os primeiros resultados começam a aparecer. Um aplicativo do Internet.org lançado na Zâmbia, para clientes da operadora Airtel, fornece acesso gratuito a sites selecionados de saúde, emprego e informações locais. No Paraguai, o Facebook lançou recentemente uma versão de seu aplicativo em guarani. O serviço foi feito por meio de uma parceria com a Tigo, que disponibiliza acesso grátis à rede social em regiões específicas saindo dessa "zona livre", o usuário é "convidado" a contratar um pacote de dados.
No Brasil, o finlandês Markku Makelainen, diretor global de parcerias com operadoras do Facebook, anunciou que a empresa está em conversas avançadas para desenvolver ações com as quatro grandes operadoras do país (Vivo, TIM, Claro e Oi). "Quando o acesso à internet é oferecido, basicamente há um salto de qualidade de vida para essas pessoas. Serviços básicos gratuitos, como os que oferecemos, têm um peso bem baixo na rede. E são esses serviços gratuitos que podem levar a serviços premium, para que a partir daí se consiga monetizar esse acesso", explicou o diretor do Facebook.
O repórter viajou a convite da Futurecom.