Mark Zuckerberg, fundador do Facebook: com IPO, ele teria de abrir mão do controle da companhia| Foto: Kimberly White/Reuters

Após anunciar uma captação de US$ 1,5 bilhão na última sexta-feira, a maior parte vinda do banco Goldman Sachs, o Facebook pode estar se preparando para abrir capital até abril do ano que vem. Com valor de mercado projetado de US$ 50 bilhões, a eventual oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da nova gigante da internet seria uma das maiores operações do tipo da história.

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A especulação tomou conta dos sites de economia e tecnologia nos Estados Unidos após a nota da empresa em que comentava a recente captação. No texto, o Facebook afirmou que começará a apresentar relatórios financeiros até abril de 2012. A regulamentação norte-americana estabelece que companhias com mais de 500 acionistas devem publicar balanços públicos – o Facebook deve superar o número ainda neste ano.

"Embora o Facebook possa publicar relatórios publicamente sem de fato abrir capital, uma vez que passe por toda a burocracia para prestar as informações financeiras e o escrutínio que isso traz, haverá poucas razões remanescentes para continuar privado. O relógio está correndo. Espere uma IPO do Facebook em abril de 2012", afirmou Erick Schonfeld, do site TechCrunch.

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Outros analistas não creem que Mark Zuckerberg vai abrir mão de tomar as decisões sozinho. "Eu realmente não acho que isso vai acontecer. Uma das coisas mais estranhas e surpreendentes sobre o Facebook é que é uma empresa completamente e totalmente controlada por uma única pessoa. Ele [Zuckerberg ] não quer abrir mão disso e não precisa abrir mão disso. Todos nós sabemos que Wall Street é um lugar que pensa no curto prazo e que não entende o valor de se construir uma empresa ao longo de muitos anos e décadas. E essa é a maneira como Zuckerberg pensa", disse David Kirkpatrick, autor do livro Efeito Facebook: os Bastidores da História da Empresa Que Conecta o Mundo (Editora Intrinseca, R$ 33,90), em entrevista recente para a BBC.

Captação

A operação anunciada na sexta vetou a participação de investidores norte-americanos. No início da semana passada, o Goldman Sachs excluiu os investidores norte-americanos de adquirir uma fatia no Facebook, devido ao temor de que a "intensa atenção da mídia" não estivesse de acordo com as normas da SEC (a CVM dos EUA). Segundo o Facebook, que pelo acordo com o banco tinha a possibilidade de levantar de US$ 375 milhões a US$ 1,5 bilhão, a procura pelas suas ações superou a oferta, mas ele optou por captar US$ 1 bilhão. "Com esse investimento finalizado, nós temos maior flexibilidade financeira para explorar quaisquer oportunidades que surjam no futuro", afirmou o diretor financeiro do Facebook, David Ebersman.