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Curitiba – A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) divulgou ontem um relatório em que reúne diversos documentos sobre a administração da estrutura portuária e, na introdução, aponta problemas que afetariam a eficiência no atendimento aos usuários e causariam prejuízos ao setor agrícola. A entidade se posiciona a favor do decreto legislativo que é discutido no Senado e que, se aprovado, vai tirar do governo do estado, durante 90 dias, a gestão do porto.

"Neste período, a intervenção federal promoveria auditorias e sanearia as irregularidades", diz o documento. A opinião da Faep é igual à de alguns deputados federais do estado, entre eles Ricardo Barros (PP) e Eduardo Sciarra (PFL). Em outra frente, entidades de Paranaguá, como a Associação Comercial e Industrial de Paranaguá (Aciap), se organizam em torno de uma proposta de municipalização do porto. Elas se reunirão para discutir o tema na manhã de segunda-feira.

No extremo oposto do debate, o governo do estado argumenta que a aprovação do decreto legislativo abriria espaço para a privatização do porto e colhe apoio entre dezenas de políticos do estado. No último fim de semana, o movimento "O Porto é Nosso", encabeçado pelo deputado estadual Rafael Greca, fez um ato público em Paranaguá pedindo o arquivamento do decreto no Senado.

O relatório divulgado ontem pela Faep é uma compilação de problemas que afetariam o porto. A entidade diz que os documentos ali reunidos comprovam que houve prejuízos aos agricultores que dependem do porto para exportar. A Faep lembra que em 2004, quando houve filas de caminhões, os preços pagos pela soja embarcada em Paranaguá foram menores do que nos portos de Santos, São Francisco do Sul e Rio Grande.

A Faep aponta falhas na gestão, entre elas o atraso na execução das obras do Cais Oeste e na implantação do sistema de segurança internacional ISPS Code. Segundo o texto, a Appa teria perdido o convênio com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) que permitiria a construção do cais com recursos federais. Outra falha seria a lentidão para a contratação de uma empresa de dragagem em 2003 – cena que a entidade teme que se repita neste ano, pois o contrato do serviço venceu no fim de julho.

Na opinião da Faep, o Porto de Paranaguá tem condições de lidar com a soja transgênica, ao contrário do que afirma a Appa. A entidade também diz que o fato do porto ter recursos em caixa, cerca de R$ 200 milhões, deve ser encarado com ressalvas. Ela questiona as razões para o dinheiro não ter sido investido em obras. Outra crítica da Faep é com relação ao tratamento dado ao Porto de Antonina, que ficou diversos meses sem dragagem.

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