Falar menos, pensar mais – O segredo dos silenciosos

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Acredito que todos tenham um parente, amigo ou colega tímido ou introspectivo. Aquela pessoa mais introvertida, concentrada e que não costuma falar muito. Alguns desde criança são incentivados a falar mais, socializar mais e ser mais espontâneos. Particularmente, acredito que todas as personalidades e características comportamentais têm suas vantagens e desvantagens, dependendo da situação em que se encontram.

Não é porque o profissional fala muito que ele será melhor que o que fala menos. Tudo depende do cargo, empresa e área de atuação. Quer entender melhor sobre esse assunto? Então confira abaixo a carta de um leitor que possui uma dúvida que acredito ser a de muitos profissionais:

"Caro Bernt, reparei que nas colunas de domingo o senhor abre espaço para o leitor se expressar e tirar suas dúvidas. Então resolvi lhe escrever para entender como devo lidar com um colaborador da empresa em que trabalho.

João trabalha comigo há anos, porém, após contratá-lo, demorei alguns meses para de fato ouvir a sua voz. Acredite, ele é muito quieto e introspectivo. Nunca foi de falar muito e, como eu não sou seu chefe direto, não tive muitas oportunidades para conversar com ele ou prestar mais atenção em seu trabalho.

Sempre busquei ouvir o que o gerente de João tinha a dizer. Ele sempre me passou bons relatórios. João aparentava ser um bom funcionário. Era competente e fazia o seu trabalho como era pedido que o fizesse – nada extraordinário, porém bom o suficiente.

Eu nunca tinha, de fato, reparado em João até uma semana atrás. Durante uma reunião rotineira, a gestão da empresa e alguns funcionários tentavam encontrar a solução para um problema. Depois de mais de uma hora de reunião, João ainda não havia dito uma palavra sequer. Após muito debater, ele finalmente se pronunciou e, por ser algo incomum de acontecer, todos imediatamente pararam para prestar atenção no que tinha a dizer. Para a minha surpresa, ele falou pouco, mas o suficiente para todos nós mudarmos o ponto de vista da discussão e encontrar uma solução.

Fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, decepcionado com a minha atuação como dono da empresa. Eu nunca prestei atenção naquele homem que, na realidade, mostrou ter grande potencial. Portanto, gostaria de focar mais no trabalho e no potencial dos meus funcionários para que eles possam dar o melhor de si.

É por esse motivo que escrevo esse e-mail ao senhor. Gostaria de entender melhor como lidar com profissionais como João. Como eles não são muito extrovertidos, tenho dificuldade em conhecê-los e orientar melhor as suas tarefas para que eles obtenham melhores resultados."

Como eu disse anteriormente, os mais "quietos" possuem muitas virtudes que devem ser identificadas no trabalho para que esses profissionais possam evoluir em suas carreiras e oferecer o seu melhor para a empresa. Se você é ou conhece alguém com essas características, não deixe de ler o meu próximo artigo de terça-feira. Até lá!