A falha de um equipamento provocou uma parada de 11 dias em uma das instalações mais importantes da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A unidade de craqueamento catalítico responsável por "quebrar" o petróleo pesado em frações mais leves deixou de funcionar em 21 de dezembro e só voltou a ser acionada no dia 2 de janeiro.
Segundo o presidente do Sindipetro PR/SC (representante dos trabalhadores), Mário Dal Zot, informações preliminares indicam que houve falha em uma bomba, e que a bomba reserva não pôde ser acionada por não ter passado por manutenção.
Outras unidades, que dependem desse processo inicial de refino para funcionarem, também ficaram paradas nesses 11 dias, mas o problema não chegou a interromper todo o trabalho na refinaria, maior complexo industrial do Paraná. O segmento de refino de petróleo e produção de etanol responde por quase 17% do valor da transformação industrial do estado, conforme o IBGE, e paradas na Repar costumam ter forte impacto nos indicadores da indústria paranaense.
Sem dar mais detalhes, a Petrobras informou em nota que um "problema em equipamento" da unidade de craqueamento catalítico provocou uma parada não programada, e que a operação foi retomada "atendendo aos procedimentos de segurança na intervenção". Segundo a estatal, o abastecimento de combustíveis não foi afetado.
A parada, confirmada ontem pela Petrobras à agência Reuters, engrossa a lista de incidentes na refinaria de Araucária foram quatro em pouco mais de um ano.
A última parada técnica programada da Repar, para inspeção e manutenção de todos os equipamentos, foi realizada em agosto de 2010. Em agosto do ano passado, a Gazeta do Povo revelou que em várias ocasiões a refinaria trabalhou acima da capacidade de processamento autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que é de 207,5 mil barris de petróleo por dia.
Na ocasião, a Petrobras negou operar a Repar acima da carga autorizada e afirmou que eventuais ultrapassagens se deviam a testes de carga autorizados pela ANP.
Colaborou Guido Orgis