O Banco Central está lançando uma ofensiva contra a falsificação de cédulas do real e tem no Paraná uma de suas áreas prioritárias de atuação. Isso porque a participação do estado no total de notas falsas apreendidas no país passou de 4% em 2007 para 9% em 2009.
Segundo o BC, ações recentes conseguiram reduzir o problema. No país, o número de notas retiradas de circulação era de 666 mil em 2007, caiu para 528 mil em 2008 e deve ficar em 376 mil em 2009. O Paraná não acompanhou essa tendência e a quantidade pulou de 25 mil em 2007 para 36 mil em 2008. Em 2009, o número ficará quase estável, em 35,5 mil, de acordo com as projeções da autoridade monetária.
O chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho, diz que os principais fatores que explicam a maior participação do Paraná no total de notas falsas são a falta de informação para verificar a veracidade do dinheiro e a presença de distribuidores das cédulas. "Não existem mais do que 30 quadrilhas de falsários no país, por isso não encontramos muitas diferenças regionais nas falsificações. O que muda de lugar para lugar são os distribuidores", diz Figueiredo.
As cédulas falsas em geral só são identificadas quando chegam ao sistema bancário, e causam prejuízo a quem as recebeu. No fim do mês passado, o BC lançou uma campanha para esclarecer a população sobre como reconhecer o dinheiro verdadeiro. Com isso, espera que haja maior dificuldade para as quadrilhas distribuírem as cédulas. "Quando você recebe dinheiro, tem o direito de verificar se ele vale ou não", diz. "Só em 2008 recolhemos R$ 28 milhões em cédulas falsas. Quem perde não é o Banco Central, é o cidadão que recebeu as notas."
Moedas
Além da campanha contra os falsários, o BC também produziu peças publicitárias para convencer a população a colocar em circulação bilhões de moedas que estão paradas em cofrinhos, gavetas e porta-luvas. O principal alvo da ação está em um perfil bem definido: homens das classes A e B. Pesquisas feitas pelo BC indicam que são eles que mais seguram as moedas acabam "escondendo" 30% do troco que recebem.
As estatísticas do BC mostram que quase metade das 15,5 bilhões de moedas produzidas desde 1994 estão fora de circulação. Se voltassem ao mercado, representariam um poder de compra de R$ 1,5 bilhão o que daria para comprar 60 mil carros populares e uma boa economia ao Banco Central. Neste ano, a autoridade monetária vai colocar em circulação 2 bilhões de novas moedas, a um custo de R$ 400 milhões, para lidar com a falta crônica de troco enfrentada por comerciantes. Se ao longo do tempo metade desse total não fosse desaparecendo, o BC daria conta da demanda com 1 bilhão de moedas novas e economizaria R$ 200 milhões.Para minimizar a falta de troco enfrentada pelos comerciantes, o BC montou pacotes com R$ 100 em moedas que serão trocados por cédulas em agências bancárias em Curitiba, a agência do Banco do Brasil da Praça Tiradentes ficará responsável pelo serviço. "Não há falta de moedas, mas precisamos melhorar a circulação", diz Figueiredo. Também serão trocadas notas de R$ 5 e R$ 2, que passam por um ciclo de renovação.
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