A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informa em seu terceiro levantamento de safra divulgado hoje que, por influência do fenômeno La Niña, as chuvas estão ocorrendo abaixo da média no Rio Grande do Sul. Há sinais de "deficiência hídrica em importantes regiões produtoras de arroz, milho e soja, principalmente no nordeste e no sul do Estado".
A previsão climática para o próximo trimestre (dezembro, janeiro e fevereiro) indica "maior probabilidade de as chuvas ocorrerem abaixo da média em todo o Rio Grande do Sul, o que poderá agravar a situação do milho e da soja em fases críticas da produção, além do arroz pela menor disponibilidade de água para a irrigação". A Conab pondera, no entanto, que a previsão tem como base principalmente a evolução do La Niña, mas "os sinais das condições oceânicas e atmosféricas estão menos intensos quando comparados ao episódio anterior".
Para a grande área central do Brasil, que inclui as regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte da região Nordeste, a previsão está indicando comportamento típico de verão. As chuvas deverão ocorrer próximas da média histórica. No entanto, poderão ocorrer excessos em áreas isoladas. "Existe o risco de ocorrerem invernadas durante a fase final do ciclo da soja, o que atrapalhará a sua colheita, além do plantio do milho segunda safra e do algodão", alertam os técnicos da Conab.
Segundo a estatal, em novembro as precipitações ficaram abaixo da média histórica, ou ligeiramente próximas, na maior parte do Centro-Sul, com exceção do extremo norte do Mato Grosso e do centro-leste de Goiás e de Minas Gerais, onde elas foram intensas e ocorreram significativamente acima da média. No entanto, na maioria das regiões produtoras do Centro-Oeste e do Sudeste, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo e proporcionar o bom desenvolvimento das culturas de verão.