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Falta de diesel continua e reduz oferta de gasolina

Para conseguir repor os estoques esvaziados pela falta de diesel na semana passada, alguns postos estão recorrendo a refinarias em São Paulo e no Rio Grande do Sul | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Para conseguir repor os estoques esvaziados pela falta de diesel na semana passada, alguns postos estão recorrendo a refinarias em São Paulo e no Rio Grande do Sul (Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo)

Apesar da expectativa de que o abastecimento de combustíveis no Paraná já estaria normalizado ontem, continua faltando diesel em postos do estado. Além dos baixos estoques em certos pontos na capital e no interior, alguns estabelecimentos também reclamaram da falta de gasolina. A situação deve se prolongar até o fim desta semana, na estimativa de donos de postos e distribuidoras.

Depois de ter sido reduzida na semana passada, a produção de diesel na Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), em Arau­cária (Região Metropoli­tana de Curitiba) está normalizada desde a última sexta-feira, mas a demanda não atendida dos postos durante os últimos dias ainda não foi plenamente compensada. Com isto, carregamentos de diesel vêm sendo encaminhados para locais onde a situação é mais grave, alterando a logística da distribuição de combustíveis no estado. Com a prioridade ao diesel, o fornecimento de gasolina acabou prejudicado. "O volume de caminhões usados é o mesmo. Por causa do remanejamento, há problemas de abastecimento de gasolina e alguns postos ficam momentaneamente sem o produto", explica Roberto Frego­nese, presidente do Sindicom­bustíveis-PR.

Dos cerca de 600 postos instalados em Curitiba e região metropolitana, aproximadamente 40 tiveram problemas com falta de gasolina por poucas horas, segundo as estimativas do Sindicombustíveis. Fregonese ressalta que, no caso da gasolina, não há falta de produto, mas problemas na entrega.

Alternativas

A demanda por diesel continua a ser a principal preocupação dos postos. O sindicato espera que a distribuição do produto seja regularizada até quinta-feira, mas o mercado já prevê que o problema possa durar até o próximo fim de semana. Por isso, as distribuidoras estariam trazendo o combustível de outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul. A afirmação partiu de alguns donos de postos em Curitiba, cidades da região me­­tropolitana e Maringá, mas não foi confirmada pelas distribuidoras.

Segundo Alísio Vaz, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustível (Sindicom), o recurso a outros estados não teria chegado ao conhecimento da entidade. Ele, porém, não descarta a possibilidade do fornecimento por outras refinarias, o que poderia ocorrer "de forma individual, dependendo das atividades de cada distribuidora".

Demanda

Vaz aponta um problema recorrente envolvendo a demanda e a oferta nacional de diesel. "A capacidade da produção brasileira de diesel é limitada, já tendo sido superada há anos. A demanda pelo combustível, porém, continua extremamente aquecida e, com isso, a importação é cada vez mais necessária", diz. Na tarde de ontem, houve uma reunião entre representantes da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e das principais distribuidoras do país para tratar do problema. A situação paranaense teria sido uma das pautas do encontro, mas até o fechamento desta edição nenhuma das partes envolvidas havia se pronunciado.

Inseguros, postos e consumidores fazem estoque de combustível

Com a falta de diesel que atingiu boa parte do Paraná na semana passada, postos e consumidores resolveram se precaver e estão fazendo estoques do combustível na Região Metropolitana de Curitiba e nos Campos Gerais. Segundo o Sindicombustíveis, vários postos próximos à capital fizeram pedidos altos de diesel ontem. A postura acaba influenciando na logística de distribuição do produto, que já vem sendo afetada pelo suprimento de vários estabelecimentos que passaram pela "seca de diesel".

"Estamos vendo postos que recebem uma quantidade muito maior do que precisam e outros que ficam com um volume muito abaixo do necessário. Isso também entra na cadeia da distribuição, que agora enfrenta esta alta demanda", diz Roberto Frego­nese, presidente do Sindicom­bustíveis-PR.

O medo de que volte a faltar diesel também está atingindo o consumidor. Gerson Borato, dono de um posto em Ponta Grossa, conta que o diesel S500 está disponível para o consumidor, mas a falta do combustível em alguns postos está chamando a atenção dos clientes. "As pessoas veem que está faltando em alguns lugares e acabam comprando mais que o necessário, em galões, por medo de um desabastecimento", afirmou.

Em Ponta Grossa, as transportadoras e os caminhoneiros ainda encontram diesel S1800 e S500 na maioria dos postos. No entanto, em uma rede de postos formada por cinco estabelecimentos, o produto estava em falta ontem e não havia expectativa de normalização. (LFM e Maria Gizele da Silva, da sucursal de Ponta Grossa)

Colaboraram Marcos Ayres, da Gazeta Maringá, e Amanda de Santa, do Jornal de Londrina.

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