A falta de dinheiro atingiu uma instituição da tradição britânica e um traço do dia a dia de todas as cidades da Inglaterra, da Escócia, do País de Gales: os pubs.
Mais do que um estabelecimento comercial e muito além de um simples lugar para beber cerveja, os pubs se tornaram um dos símbolos da Grã-Bretanha e também da Irlanda, onde são bastante populares. Em Londres, eles viraram cartões postais. Mas veio a crise, com desemprego, falta de dinheiro e menos cerveja.
Pelas contas da Associação Britânica de Bares e Restaurantes, 39 pubs, em média, fecham as portas a cada semana no país. As vendas de cerveja caíram para níveis semelhantes aos do século passado, nos anos 30, durante a Grande Depressão.
O gosto pela bebida não mudou. Diferentes são as circunstâncias. Em um supermercado, por exemplo, a cerveja custa até um terço do preço dos pubs. Em tempos de crise, sair para beber não é mais para qualquer um.
É por isso que um pub decidiu inovar. Chega de só vender cerveja e 'fish and chips', ou seja, peixe com batata frita. Nas TVs de plasma, estão jogos dos principais esportes dos campeonatos europeus. Até a Globo Internacional o pub exibe, de olho na clientela brasileira.
Máquinas de jogos eletrônicos também atraem clientes. E para completar o cardápio de opções, tem o quiz: uma competição de perguntas e respostas sobre conhecimentos gerais.
O dono do pub, Pat Logue, explica que se rendeu às inovações para não fechar. "Os pubs estão morrendo. Nós temos que tentar coisas diferentes para salvá-los", ensina Pat. "Infelizmente, o inferno econômico ainda não acabou", lamenta.
Um frequentador de carteirinha afirma que os bons pubs vão resistir: "no pub, a gente encontra amigos. E eles preenchem parte da sua vida e do seu espírito. Todos, no pub, geralmente, são conhecidos. São como irmãos e irmãs".