O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que o leilão de energia previsto para o final do ano pode ficar sem oferta de térmicas a gás natural, por falta do combustível. Em reunião com a Petrobras, Tolmasquim foi informado que a empresa não terá gás natural disponível para atender mais usinas térmicas além das atuais, e que teria que importar mais Gás Natural Liquefeito (GNL) para isso.
A empresa porém se dispôs a abrir um espaço no terminal de regaseificação de GNL que está sendo construído na Bahia para uma eventual importação por outra empresa. "Eles falaram que poderiam abrir um espaço para importação de 2 a 3 milhões de metros cúbicos diários, mas temos que ver agora se tem alguém interessado em entrar no leilão com esse compromisso de importação", disse Tolmasquim após palestra no Energy Summit 2013.
A importação de GNL pela Petrobras, para atender o fornecimento a usinas térmicas é um dos fatores que tem prejudicado a situação financeira da companhia, que também importa gasolina e diesel a preços internacionais e revende mais barato no mercado interno, com defasagens em torno dos 30%.
Tolmasquim ressaltou que além de importar GNL, para algum projeto de usina térmica a gás natural entrar no leilão de energia do final do ano o investidor teria também que já ter uma licença para o projeto."Teria que ter uma conjunção de fatores para ter usina de gás no leilão, estamos vendo se vamos incluir essa novidade de importação de GNL", disse o executivo.
O leilão de energia para entrega em 2018 (A-5) está previsto para dezembro e vai oferecer projetos de geração de energia a partir do vento (usinas eólicas), biomassa, carvão e pela primeira vez, solar. Tolmasquim disse que é cedo para dizer se a alternativa de importação de GNL vai garantir a presença de usinas a gás natural, mas que está se esforçando para manter a matriz no leilão.