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Setor metalúrgico foi o que mais caiu no bimestre | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Setor metalúrgico foi o que mais caiu no bimestre| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Brasília - O faturamento real da indústria brasileira recuou 10% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas teve leve alta de 0,7% na comparação com janeiro, segundo os indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o faturamento real recuou 10,9% na comparação com o mesmo período de 2008. As horas trabalhadas registraram queda de 8,4% na comparação com fevereiro do ano passado, mas tiveram pequena alta, de 0,2%, na comparação com janeiro.

Para a CNI, o fato de algumas variáveis registrarem pequenos aumentos em relação a janeiro não é um sinal consistente de recuperação. A entidade afirma que essas leves altas devem-se mais à fraca base de comparação, que é o mês de janeiro.

O índice de emprego caiu 1,5% em fevereiro, comparado ao mesmo mês de 2008, e 1,1% em relação a janeiro. Segundo a CNI, tanto a queda na comparação com o mês anterior quanto a redução apurada na comparação com o mesmo mês do ano passado são recordes da série histórica, iniciada em 2003. Esta é a quarta retração consecutiva no emprego industrial.

A CNI também detectou que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) manteve-se estável em fevereiro em 77,8%, o mesmo de janeiro e o segundo menor da série histórica. O pior patamar até agora registrado foi de 77,7%, em julho de 2003.

Segundo o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, independentemente do resultado que vier a ser calculado para a atividade industrial em março, o primeiro trimestre de 2009 deverá apresentar desempenho negativo para a indústria tanto na comparação com os últimos três meses de 2008 quanto em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Ele diz que uma recuperação da produção só virá com mais clareza no segundo semestre. "Estamos em uma transição para um período de recuperação no segundo semestre. Mas a recuperação ainda não deve se materializar no segundo trimestre", disse. A CNI calcula que, para que o faturamento real neste ano fique estável em relação a 2008, terá de crescer 9,3% de março até o fim do ano.

Na comparação por setores, a maior queda de faturamento no bimestre em relação aos dois primeiros meses do ano passado foi na metalurgia básica, de 42,6%. Alguns setores apresentaram alta, com destaque para o grupo batizado de outros equipamentos de transporte, com expansão de 56,1%.

Segundo Castelo Branco, essa forte alta é explicada pelo fato de este setor envolver encomendas feitas antes do estouro da crise.

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