O faturamento da indústria cresceu 0,7% de janeiro para fevereiro deste ano, em termos dessazonalizados (que desconta a variação de dias úteis de um mês para o outro) informou nesta terça-feira (7) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Contra fevereiro do ano passado, houve uma queda de 10% e, no primeiro bimestre deste ano, foi registrado um recuo de 10,9% - o pior desempenho desde o início da série histórica, em janeiro de 2003.
"O quadro é de atividade deprimida nos primeiros meses deste ano. A sinalização de uma recuperação vai depender do segundo trimestre de 2009. A queda ainda é bastante negativa do ponto de vista do comércio mundial. No segundo trimestre deste ano [entre abril e junho], podemos ter pequenas oscilações para cima ou para baixo contra os três primeiros meses de 2009. A retomada deve ocorrer possivelmente só no segundo semestre", avaliou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.
'Desastre'
De acordo com a entidade, tem de haver um crescimento de 9,3% entre março e dezembro deste ano somente para "empatar" com o faturamento registrado em todo ano de 2008. Ou seja, para crescer zero (não crescer) sobre o ano passado. "O primeiro trimestre deve ter queda do faturamento. Pode não estar em um processo de agravamento, mas está em um patamar baixo. Se mantiver este nível até o fim do ano, é um desastre", acrescentou Castelo Branco.
Setores
A Confederação Nacional da Indústria informou ainda que o faturamento recuou, no primeiro bimestre deste ano, em 15 dos 19 setores pesquisados. Os que mais sentiram os efeitos da crise financeira internacional foram: metalurgia básica (-42,6%); madeira (-23,7%); borracha e plástico (-22%); produtos químicos (-20,7%) e máquinas e equipamentos (-20,6%). Por outro lado, alguns setores registraram crescimento no dois primeiros meses deste ano, como outros equipamentos de transporte (+56,1%) e vestuário (+8,4%).
Emprego industrial
O emprego industrial, por sua vez, recuou 1,1% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior, o que também configura o pior desempenho desde o início da série histórica da CNI, em 2003.
A entidade informou que esta é a quarta queda consecutiva no emprego industrial. No acumulado deste ano, a queda do emprego na indústria recuou 0,9%. Segundo a entidade, também é maior queda desde 2003.
"Os impactos da redução da atividade industrial se manifestam com intensidade no mercado de trabalho. O recuo de 1,1% de fevereiro não é trivial para o emprego. Isso começa a se refletir na rendimento real", disse Castelo Branco.
Horas trabalhadas
Já as horas trabalhadas na produção industrial, indicador que mais se aproxima do nível de atividade, subiu 0,2% de janeiro para fevereiro deste ano. É o segundo mês seguido de aumento do indicador.
"No entanto, esse movimento foi insuficiente para recuperar a queda de 10,3% registrada no quarto trimestre de 2008", informou a CNI.
No primeiro bimestre, porém, foi registrado um recuo de 7,8% contra o mesmo período de 2008 - o que também configura o pior resultado desde o início de 2003.
Uso do parque fabril
O nível de utilização do parque fabril da indústria, por sua vez, ficou estável em 77,8% em fevereiro deste ano - mesmo patamar de janeiro. Deste modo, permanece no patamar mais baixo desde julho de 2003, segundo informouo a CNI. "Essa acomodação ocorre após três meses de intensa queda, quando o indicador acumulou retração de 4,2 pontos percentuais", acrescentou a entidade.
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