Retração de 0,28% nas vendas da indústria foi puxada, principalmente, pela queda no setor de Refino de Petróleo e Produção de Álcool| Foto: Hugo Harada/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Confiança dos empresários é a pior já registrada

Os resultados das vendas e o panorama econômico "nebuloso" do país vêm se refletindo também no grau de otimismo do empresariado paranaense. Em outra pesquisa realizada pelo Departamento Econômico da Fiep, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Transformação do Paraná (ICET-PR) registrou que da -8,6 pontos em maio, atingindo 40,7 pontos – o menor valor de toda a série histórica do levantamento, iniciada em janeiro de 2012.

Esse foi o quinto mês consecutivo em que as expectativas dos empresários da indústria do Estado se situaram na área de pessimismo. O ICET-PR varia no intervalo de 0 a 100, com valores acima de 50 pontos indicando empresários confiantes, melhores condições ou expectativas positivas. Em maio, a queda foi causada pela piora da percepção dos empresários em relação aos dois sub índices que compõem o ICET-PR.

O Índice de Condições Atuais caiu de 41,9 pontos em abril para 37,3 em maio. Já o Índice de Expectativas despencou de 53 pontos em abril para 41,9 em maio.

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O faturamento do setor industrial do Paraná apresentou queda em abril. Na comparação com o mês de imediatamente anterior (março), as vendas da indústria do estado foram 0,28% menores, informou nesta terça-feira (3) o Sistema de Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

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O resultado do boletim de indicadores conjunturais do Fiep contraria uma tendência histórica que aponta elevação da atividade industrial a partir do quarto mês de cada ano. Em abril de 2013, por exemplo, as vendas do setor no estado tiveram alta de 10,21% sobre março.

Se analisado o destino, o cenário mostra que há diminuição de 2,29% da quantidade de vendas dentro do próprio Paraná, e retração de 1,64 de comercialização para outros estados do país. As exportações aumentaram 9,16%.

Combustível puxa no índice negativo

A instituição explica, no entanto, que a retração de 0,28% nas vendas do período foi resultado da performance negativa de nove dos dezoito gêneros pesquisados. Entre eles, o setor de Refino de Petróleo e Produção de Álcool, um dos três com maior participação relativa na indústria paranaense e que apresentou baixa de 4,88%.

Em déficit de vendas, superam este setor os segmentos de Borracha e Plásticos (-23,59%), pela diminuição das exportações; Metalúrgica Básica (-14,97%), pelo fim de pedidos; Máquinas e Equipamentos (-12,50%), por redução de demanda; e ainda Produtos Químicos (-9,12%).

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Na mesma comparação, o setor mais bem sucedido foi o de Material Eletrônico e Comunicações, com avanço de 18% nas vendas. Por outro lado, o segmento lidera o índice de redução acumulada entre janeiro e abril de 2014, com variação negativa de 64,63 no volume de vendas. Produtos de Metal e Veículos Automotores ocupam o segundo e o terceiro lugar na lista, com retração de, respectivamente, 14,20% e 12,81%.

Já Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos lidera a variação positiva de vendas acumuladas no primeiro quadrimestre do, com expansão de 20,20%, seguido do setor de Têxteis (12,42%), e Minerais Não Metálicos (7,36%).

Impacto

Apesar de a queda nas vendas do mês de abril parecer pequena, o coordenador do Departamento Econômico do Fiep, Maurílio Schmitt, afirma que o resultado, além de evidenciar a instabilidade dos indicadores conjunturais, também amplifica o resultado negativo para o índice acumulado nos primeiros quatros meses deste ano. Segundo a federação, levando em conta os meses entre janeiro a abril, o Paraná apresentou desempenho negativo de 4,04% nas vendas do setor industrial.

O economista aponta, no entanto, um fator que pode resultar em certa recuperação do setor industrial paranaense ainda este ano: a projeção de uma boa safra agrícola.

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Mesmo assim, Schmitt não vislumbra um crescimento acentuado da indústria paranaense em um futuro próximo, uma vez que todos esses resultados oferecem sinais de comprometimento do desempenho industrial para o ano e também são causa de trava dos investimentos em expansão de capacidade produtiva. "Daí a serem diminutas as chances de, no curto e médio prazos, haver retomada do ritmo de negócios na indústria", declara.