O aumento da concorrência nos últimos meses já está afetando os resultados do comércio de bijuterias. A reclamação dos comerciantes que estão há mais de um ano no ramo é geral: de seis meses para cá, o movimento caiu muito. "Passei o primeiro ano com aquela sensação de que acertei, mas agora as vendas caíram, perdeu a novidade", diz Celso Szmargowicz.
A comerciante Sônia Ayaka Ashima Santos, que há sete anos lida com o atacado de bijuterias e partiu para o varejo há dois anos, conta que já teve que enxugar o quadro de funcionários. "Apesar da queda do dólar, o preço nas importadoras não baixou. E o pior, é que a gente sempre tem de ter novidade, mais ainda quando o movimento está fraco", diz.
Para José Fábio Bertarelli Júnior, no ramo há cinco anos, só quem tem maior poder de negociação vai conseguir continuar no ramo. "Vai ser igual às lojas de R$ 1,99, só os mais fortes vão conseguir continuar", avalia ele, que fatura hoje com quatro lojas o que ganhava com a primeira, na época da abertura.
Como o investimento inicial com mercadoria para a abertura da loja não é alto, é natural que muitos empreendedores apostem no ramo. "Mas é uma falta de plano de negócios, porque eles têm gastos com salário, aluguel e outras despesas fixas", avalia o coordenador do curso de marketing do Unicenp, Ronaldo Hofmeister. Cada loja tem em torno de cinco funcionários, incluindo pelo menos um segurança porque o número de furtos das miudezas é alto.
Na opinião de Hofmeister, tudo leva a crer que essas lojas já estão alcançando a maturidade e devem iniciar uma fase de declínio. "É um ajuste de mercado, quando vários vão entrando, ficam apenas os grandes players", explica. Como o que sustenta este tipo de mercado é o preço, os comerciantes vêm apostando na diferenciação de produtos.
Mas para quem ficar, avalia o especialista, clientela não deve faltar, pois o mercado feminino de moda é bastante impulsivo. "Quando o produto é barato, este impulso de compra é ainda maior. Nos produtos mais caros, existe mais comparação e a compra é mais planejada", diz ele. (PK)
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