Summers, em evento recente em Taiwan: controvertido| Foto: Pichi Chuang/Reuters

Aniversário

Discurso de Obama deve lembrar cinco anos da crise do Lehman Brothers

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai marcar o aniversário de cinco anos da crise financeira, hoje, num esforço para voltar à sua agenda doméstica, após semanas lidando com a Síria.

Quando Wall Street chegou perto de um colapso em 2008, a crise econômica resultante ajudou a impulsionar o então candidato democrata Obama à Casa Branca. Mas a recuperação lenta da economia tem sido um desafio difícil para Obama.

Obama deve discursar na Casa Branca Rose Garden para marcar o quinto aniversário da crise financeira, que foi acelerada em 15 de setembro de 2008, quando o Lehman Brothers pediu proteção contra falência. O presidente deve apontar aspectos positivos, destacando progressos e mostrando suas receitas para impulsionar a criação de emprego, em meio a batalhas orçamentárias previstas com os republicanos no Congresso nas próximas semanas.

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O ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers telefonou ontem pela manhã para o presidente Barack Obama e disse que estava retirando seu nome da lista de candidatos à sucessão de Ben Bernanke como presidente do Federal Reserve, o banco central norte-americano. "Eu concluí, relutantemente, que qualquer possível processo de confirmação seria controvertido e não serviria aos interesses do Fed, da administração ou, no fim das contas, da atual recuperação econômica do país", disse Summers em carta que enviou a Obama depois do telefonema.

A decisão de Summers obriga Obama a considerar outros candidatos potenciais à presidência do Fed, entre eles a vice de Bernanke, Janet Yellen, o ex-vice-presidente do Fed Donald Kohn e o ex-secretário do Tesouro Timothy Geithner, que também já presidiu o Federal Reserve Bank de Nova York, o principal dos 12 distritos regionais do banco central dos EUA. Ao estudar suas opções, Obama já entrevistou Yellen e Kohn; Geithner disse não estar interessado.

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Em comunicado, o presidente disse que aceitou a desistência de Summers, a quem descreveu como "um membro de importância crítica de minha equipe quando enfrentávamos a pior crise econômica desde a Grande Depressão, e foi em grande parte por causa de sua experiência, sabedoria e liderança que nós fizemos a economia voltar a crescer e fazer o tipo de progresso que estamos vendo hoje".

Summers, que havia sido secretário do Tesouro durante o governo do presidente Bill Clinton, na segunda metade dos anos 1990, presidiu o Conselho Econômico Nacional durante o começo do governo Obama. Muitos acreditavam que ele era o candidato preferido por Obama para tornar-se presidente do Fed quando o mandato de Bernanke terminar, em janeiro de 2014. Mas seu nome enfrentava oposição crescente por parte de liberais – por ser um defensor da desregulamentação bancária que teria contribuído para a eclosão da crise financeira de 2008 –, de organizações feministas – por ter dito, quando era reitor da Universidade Harvard, que mulheres não têm aptidão para ciências e engenharia – e também no Comitê de Bancos do Senado, onde sua nomeação teria de ser confirmada.