Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Tributos

Fazenda estuda redução definitiva do IPI de fogões

Guido Mantega e Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza: varejo quer prorrogação da redução do imposto | Sergio Castro/AE
Guido Mantega e Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza: varejo quer prorrogação da redução do imposto (Foto: Sergio Castro/AE)

O governo discute a possibilidade de reduzir permanentemente a tributação do setor de linha branca – geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos – segundo fontes da equipe econômica. Ainda não há decisão tomada nesse sentido, nem em que bases ela se daria – se nas alíquotas reduzidas atuais ou em alguma faixa intermediária. Mas esse é um pleito do setor que encontra apoio em parte da administração federal, que considera elevadas algumas alíquotas originais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como os 20% que eram cobrados das máquinas de lavar.

O debate sobre a redução permanente da carga tributária dos produtos da linha branca ocorre simultaneamente ao da renovação do benefício fiscal até o fim do ano, ou no máximo até janeiro de 2010. Em abril deste ano, para enfrentar a crise econômica, o governo reduziu de 20% para 10% o IPI cobrado nas vendas de máquinas de lavar; de 15% para 5% em geladeiras; de 5% para zero nos fogões e de 10% para zero nos tanquinhos.Apoio presidencial

Ontem, no programa "Café com o Presidente", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso mais crédito e desoneração de impostos para incentivar o consumidor brasileiro a comprar o que ele ainda não tem. Lula afirmou que, ao se criarem condições para que o cidadão compre casa, televisão, geladeira, fogão, máquina de lavar, roupa e carro, para citar alguns exemplos, gira-se a economia do Brasil.Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com representantes do varejo e da indústria da linha branca para discutir como ficará a tributação do setor, uma vez que os benefícios fiscais têm prazo de validade: 31 de outubro. Segundo relato de uma fonte presente ao encontro, os empresários destacaram que é importante segurar o tributo mais baixo até janeiro para ajudar a manter as vendas em alta. Embora tenha mais ouvido do que falado, o ministro deixou claro que uma eventual renovação do IPI reduzido estaria vinculada a contrapartidas. A ideia é que a desoneração seja acompanhada do compromisso dos empresários de repassar a baixa do imposto ao consumidor, aumentar empregos e, no caso dos varejistas, reduzir taxas de juros nas vendas.

A avaliação do Ministério da Fazenda é que o IPI reduzido não foi integralmente repassado para os preços finais e que, além disso, os lojistas estão exagerando nos juros cobrados dos clientes, quando as operações são feitas no carnê. Assessores detectaram juros próximos de 6% ao mês em grandes lojas de Brasília.

Pouco impacto

Obter contrapartidas do setor é uma forma de a Fazenda mediar a situação em que o Palácio do Planalto pressiona para a renovação do IPI reduzido, apesar de Mantega e sua equipe considerarem que a medida não é mais necessária para impulsionar a economia. O que facilita uma eventual renovação do benefício é seu pequeno impacto relativo na arrecadação – cerca de R$ 380 milhões este ano. A ajuda ao setor automobilístico, por exemplo, custará R$ 3,3 bilhões.* * * * *

Interatividade A redução de IPI para geladeiras, fogões e máquinas de lavar deve ser prorrogada?

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.