Brasília O Ministério da Fazenda confirmou que irá indicar o nome do economista Paulo Nogueira Batista Júnior para o cargo de diretor-executivo do Fundo Monetária Internacional (FMI), que substituirá o ex-diretor do Banco Central Eduardo Loyo.
Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Batista Júnior é conhecido por ser um crítico da condução da política de juros pelo BC.
Contradição
A indicação de Batista Júnior é uma "contradição típica deste governo", avaliou o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria Integrada. "É muito estranho um crítico da política monetária ter sido escolhido para representar o Brasil em um foro ortodoxo como é o FMI", observou, acrescentando que o indicado possui as qualificações acadêmicas necessárias ao posto e que a diretoria do Fundo deverá aceitar sua indicação.
Na prática, a contradição não deverá produzir efeitos, avaliou Mailson. O representante do Brasil no FMI tem de fazer uma defesa enfática da política econômica só em momentos críticos por exemplo, quando o país necessita de um empréstimo. Esse não é o caso no momento. "Estamos quase tendo uma indigestão de reservas internacionais", lembrou o ex-ministro.
Se já tiver assumido o cargo de diretor-executivo do Brasil no FMI, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior deverá participar do encontro de primavera do FMI, que acontece em abril. De acordo com o vice-secretário para assuntos internacionais do Tesouro dos EUA, Timothy Adams, o diretor-gerente do fundo, Rodrigo Rato, deverá apresentar no encontro de acionistas os progressos obtidos até o momento nos países envolvidos em consultas formais com o objetivo de reduzir os desequilíbrios comerciais. Quanto à agenda de reformas, Adams acredita que Rato irá apresentar diretrizes para mudanças na instituição, incluindo uma nova política para supervisão das moedas e revisão da estrutura de voto.
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