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Memória

Fazer backup é sempre a opção mais segura

Laboratório da CBL Tech em Curitiba é um dos mais avançados do país: quando a situação não pode ser resolvida no Brasil, equipamento é enviado para o Canadá | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Laboratório da CBL Tech em Curitiba é um dos mais avançados do país: quando a situação não pode ser resolvida no Brasil, equipamento é enviado para o Canadá (Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo)
Veja algumas opções de HDs externos à venda nas principais lojas de eletrônicos |

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Veja algumas opções de HDs externos à venda nas principais lojas de eletrônicos

Perder todos os arquivos e fotos do computador é parecido com tudo de ruim que acontece na vi­­da: você acha que nunca vai acontecer com você. Quando o usuário finalmente se dá conta de que ligar e desligar o computador uma dezena de vezes, xingar a mãe da máquina e chutar o gabinete não estão surtindo efeito, a última esperança é o profissional especializado em recuperação de dados.

A reportagem conversou com alguns desses especialistas para saber como é o dia a dia deles e dar dicas para quem não costuma man­­ter um backup dos dados.

Romildo Ruivo da Silva, diretor da CBL Tech no Brasil, um laboratório canadense especializado em recuperação de dados e com sede em Curitiba, conta que não raro os clientes chegam ao balcão da unidade aos prantos. "Imagine que a pessoa perdeu todo o registro da infância do filho, ou todas as fotos do casamento. São situações em que eles não conseguem aceitar um não como resposta. Tentamos acalmá-lo e dizer que vamos fazer o máximo para recuperar os arquivos, mas infelizmente nem sempre é possível", diz.

Hoje, os serviços para pessoa física custam pelo menos R$ 500, e o valor pode subir bastante de­­pendendo da complexidade do problema. A CBL, por exemplo, já chegou a cobrar R$ 96 mil para recuperar dados para uma empresa. No caso, eles precisaram criar um novo programa para ler as fi­­tas LTO, equipamento com grande capacidade de armazenamento e usado mais frequentemente no mundo corporativo.

Peter Struiving, diretor técnico da Ray Informática, empresa que há 13 anos atua nesse mercado em Curitiba, diz que a taxa de recuperação diminuiu nos últimos anos, especialmente por causa do uso de HDs externos. "O HD portátil é mui­­to mais vulnerável, porque ele pode cair enquanto está funcionando. Nesse caso, quando a agulha danifica o disco e impede a leitura, é praticamente impossível resgatar os dados", conta. Strui­bing também diz que não é raro que os clientes sejam vítimas de seus próprios acessos de fúria. "Como o HD externo está ali à mão, o cliente acaba jogando o aparelho no chão, e só depois se dá conta de que precisa recuperar aquelas informações."

Além de trabalhar com HDs, os laboratórios também atuam com todo o tipo de dado que pode ser arquivado, como máquinas fotográficas e pendrives. "Em tese qualquer coisa que tem uma memória pode ser recuperado", diz Struiving.

Romildo Ruivo alerta que a falta de um backup pode significar o fim de uma pequena empresa. "Já tivemos caso de um fotógrafo que chegou aqui e tinha perdido as fotos de dez festas de casamento nas quais ele trabalhou. Para uma empresa daquele porte, seria a falência, mas conseguimos recuperar os dados." Rui­­vo dá a dica. "Sempre que for contratar um profissional para fazer fotos, pergunte como ele armazena os dados."

Ele também alerta para que, em caso de algum evento com o disco, não tentar ligar o aparelho. "Nós recebemos vários equipamentos de Santa Catarina nas últimas semanas, que foram danificados pela chuva que atingiu o estado. Em muitos casos a gente conseguiu recuperar os dados, mas os mais difíceis foram aqueles em que o usuário tentou ligar o computador mesmo ele estando molhado."

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