O novo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pretende criar um conselho consultivo dentro da entidade para aproximá-la do governo e de líderes empresariais e debater "antigas batalhas" do setor financeiro, como o depósito compulsório.
"Quero aprofundar a relação com o governo e com as principais lideranças criando um conselho consultivo com líderes da indústria, da agricultura e do comércio para debater entraves e soluções", disse a jornalistas Fabio Barbosa, presidente do ABN Amro Brasil, pouco antes de assumir a Febraban nesta segunda-feira.
"Vamos criar fóruns para um debate organizado e com periodicidade e levar medidas para o governo para que cada setor possa desempenhar o papel que lhe cabe".
Barbosa afirmou que a nova gestão da entidade continuará trabalhando no que classificou de "antigas batalhas": o depósito compulsório, a questão fiscal e o custo de observância, itens que oneram o sistema financeiro.
O executivo ressaltou a redução do spread bancário vista nos últimos anos e disse que a atual política monetária continuará reduzindo as taxas de juros e, consequentemente, o spread.
O novo presidente da Febraban respaldou a política econômica do governo, dizendo que o Banco Central tem feito "o dever de casa, pavimentando o caminho para o crescimento sustentável".
Reconhecendo que o BC tem hoje, na prática, independência, Barbosa defendeu sua formalização para sinalizar ao mercado que ela seria mantida no futuro. "Uma formalização seria positiva porque no futuro evitaria eventuais surpresas."
ABN
Sobre uma eventual fusão entre o ABN e o Barclays, Barbosa afirmou que ainda não há nada decidido mas que existe a intenção de se manter as operações brasileiras.
"A negociação do ABN é feita lá fora, ainda não foi decidida, mas o efeito é nulo no Brasil. Minha posição não é afetada, teremos total continuidade no Brasil", disse ele, explicando que a eventual fusão não afetará seu novo cargo na Febraban.
Barbosa, no comando do ABN Amro Brasil desde 1996, sucede Márcio Cypriano, presidente do Bradesco, na chefia da entidade para um mandato de três anos.