Incentivos
Baixa tributação leva investidores ao Paraguai
O vice-presidente de Comércio Exterior da Acifi, Mario de Camargo, lembra que a economia paraguaia era restrita ao agronegócio, mas, com mudanças nas leis tributárias, o país começou a receber investimentos em indústrias. A Lei de Maquila prevê incentivos para a instalação de empresas visando à exportação, como isenções fiscais e apenas 1% de imposto para a indústria de transformação (como azeite, têxteis, moagem, panificação, etc).
"Os investidores são atraídos pela segurança jurídica, baixa carga tributária e baixas contribuições sociais laborais. Além disso, a energia é barata", diz Camargo. "O Paraguai é o quinto maior exportador de carne e o quarto maior produtor de soja do mundo. Sua única dificuldade é a falta de saída para o mar, o que encarece o transporte das exportações."
1% de imposto é quanto o Paraguai cobra da indústria de transformação pela Lei da Maquila.
O desenvolvimento econômico do Paraguai está se refletindo na fronteira com o Brasil. O país vizinho conquistou o terceiro maior crescimento econômico do mundo em 2013, de 14,1%. Com poder aquisitivo em alta, milhares de pessoas têm cruzado a Ponte da Amizade para gastar em Foz do Iguaçu, em setores como comércio, alimentação, lazer e saúde.
A expansão econômica paraguaia é resultado de um conjunto de fatores, em especial de novas linhas de produção. Sua base ainda é a agricultura e a pecuária, mas a indústria começa a ganhar espaço, em razão da abertura econômica que tem atraído empresários estrangeiros, inclusive brasileiros os investidores são seduzidos principalmente pela baixa carga tributária.
Com mais dinheiro circulando em território paraguaio, aumentou o número de produtores, empresários e trabalhadores vindos de lá para gastar em Foz. Faltam pesquisas e estatísticas oficiais sobre esse adicional na economia iguaçuense, mas amostragens em diferentes setores indicam um maior movimento, em Foz, de paraguaios e brasileiros que residem no país vizinho.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Roni Temp, muitos empresários brasileiros têm mudado suas bases de negócios para o país vizinho por causa das vantagens em desenvolver indústrias e investir na pecuária e na agricultura. "Muitos deles vêm gastar em alimentação, vestuário, lazer, saúde e até mesmo investir em imóveis na cidade", contou o empresário.
Cerca de 200 moradores do Paraguai visitam diariamente o supermercado Big em Foz o equivalente a 5% dos quatro mil clientes que a loja recebe por dia, em média. Esse número aumenta nos fins de semana, quando o tráfego é menor na Ponte da Amizade, facilitando a travessia para as compras em solo brasileiro.
No Cataratas JL Shopping, a estimativa é que consumidores vindos do Paraguai representem 10% das 400 mil visitas por mês do shopping, segundo o superintendente do centro comercial, Lindenor Cavalheiro.
A intensa procura tem levado os estabelecimentos iguaçuenses a adaptar os seus serviços. O shopping center Catuaí, em construção, vai exibir apenas filmes dublados ou legendados em espanhol em duas das seis salas de cinema. "É um atendimento especial para o público paraguaio, que aumentou o seu poder aquisitivo. Quanto mais renda tiver no país vizinho, Foz ganha sempre", diz o presidente da Acifi.
Histórico
O desenvolvimento de dois dígitos do PIB paraguaio precisa ser analisado dentro do contexto histórico. Isso porque o país registrou uma contração de 1,2% em 2012. Após mudanças nas regras e nas prioridades da economia, o Paraguai alcançou a alta de 14,1%.
Para 2013 o Banco Mundial projeta crescimento em níveis mais "normais": 4,8%. O impulso neste ano deve vir com a implantação da Lei de Aliança Público-Privada. O crescimento também deve ser sustentado pela retomada da pecuária, uma vez que o país recuperou, no fim do ano passado, o status de área livre de aftosa com regime de vacina.
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