O Federal Reserve se encontra nesta semana para discutir a taxa básica de juro norte-americana, mas o maior impacto sobre os mercados financeiros deve vir do comunicado publicado após a reunião, e não da decisão em si.
O Fed deve manter o juro a 5,25 por cento ao ano, o que significa que os investidores vão dissecar o comunicado por pistas sobre as próximas decisões na política monetária.
Dados sobre as vendas de moradias nos Estados Unidos serão monitorados de perto por sinais de que a fraqueza no setor de crédito de alto risco se espalhou sobre o restante do mercado imobiliário.
As dificuldades no setor têm alimentado um clima de incerteza entre os fundos de hedge e os mercados de crédito.
Mais à frente na semana, a última leitura do indicador de inflação preferido do Fed, o núcleo do índice de gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), deve mostrar pressões inflacionárias apenas modestas.
Em dezembro, os mercados financeiros previam corte do juro nos EUA de 0,75 ponto percentual em 2007. Agora, a previsão é que a taxa fique em 5,25 por cento até o final do ano, mas os dados da próxima semana podem mudar novamente as expectativas.
Com muitos dos bancos centrais do mundo em uma onda de elevação de juro, os rendimentos dos títulos dos governos atingiram nas últimas semanas os patamares mais altos em vários anos e incomodaram os mercados financeiros.
O comunicado do Fed, que sairá na quinta-feira, pode disparar novas oscilações no rendimento dos títulos.
"O risco de que a inflação não ceda permanece sendo a principal preocupação da política monetária, ainda que haja alguma chance de que a linguagem exata seja adaptada já que o núcleo dos preços ao consumidor em termos anualizados caiu para 2,2 por cento, ante 2,7 por cento em fevereiro", afirmaram economistas do HSBC em nota a clientes.
Nesse contexto de alta no rendimento dos títulos, podem ser importantes os comentários de presidentes de bancos centrais, que se reúnem no final de semana, na Basiléia.
NOVAS ALTAS NO JURO EUROPEU?
Na Europa, o rumo do crescimento, pressões inflacionárias, taxas de juros e rendimentos parece ser mais claro: para cima.
Na zona do euro, dados sobre o desemprego da Alemanha em junho, sobre a oferta de dinheiro na região em maio e estimativas sobre a inflação na zona do euro em junho são os destaques da agenda.
A inflação anualizada deve ser de 1,9 por cento, mesmo dado do mês anterior e em linha com a meta do Banco Central Europeu, de perto do teto de 2 por cento.
Mas os membros do BCE e os mercados financeiros não devem ser complacentes.
"Mesmo considerando uma capacidade de crescimento mais rápida que a média e uma desaceleração moderada no crescimento da demanda, é mais provável que os preços ao consumidor subam um pouco mais de 2 por cento em 2008 do que um pouco menos", disseram economistas do Goldman Sachs.
"A não ser que a atividade se desacelere significativamente, duvidamos que o BCE queira... parar de elevar a taxa de juro."
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