O Federal Reserve, banco central norte-americano, deve lançar outra rodada de estímulo monetário "em breve", a menos que a economia melhore consideravelmente, mostrou a ata do encontro de agosto do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) da entidade.
A reunião foi realizada antes de uma recente melhora dos dados sobre a economia, incluindo uma leitura mais forte que a esperada do emprego em julho, e as autoridades foram muito categóricas sobre sua insatisfação com o cenário.
"Muitos membros julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente seria justificada em breve, a menos que informações futuras apontem para um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica", informou o Fed por meio da ata referente à reunião de 31 de julho e 1o de agosto.
As autoridades do Fed viram riscos significativos a uma já fraca economia norte-americana, que cresceu a uma taxa anual de 1,5% no segundo trimestre. Os riscos incluem um agravamento das tensões financeiras na Europa e de iminentes cortes orçamentários e aumento de impostos nos EUA, que se tornaram conhecidos como abismo fiscal.
Muitas autoridades do Fed apoiaram a extensão da orientação do banco central para o momento provável de uma eventual alta na taxa de juros, atualmente previsto para o fim de 2014, mais para o futuro. Mas decidiram adiar a decisão para a próxima reunião do Fed, em 12 e 13 de setembro, quando a autoridade monetária divulgará uma nova rodada de previsões sobre a economia.
Autoridades também debateram ativamente e aventaram a possibilidade de desenvolver uma previsão consensual do Fed.
Duas delas foram favoráveis a cortar os juros que o Fed paga aos bancos para que acomodem suas reservas excedentes na autoridade monetária, atualmente em 0,25%. Mas muitos mostraram preocupação de que os fundos do mercado de dinheiro poderiam ter problemas se os seus retornos sofressem ainda mais oscilações.