A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou após o Fed (banco central americano) anunciar o corte de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros dos Estados Unidos, para 4,75% ao ano. Desde o agravamento da crise de crédito iniciada no setor imobiliário americano, a redução das taxas de juros pelo Fed são esperadas pelos investidores como uma medida de contenção das turbulências financeiras.

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O mercado esperava entre um corte da taxa de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual e o Fed optou pela redução mais ousada. Quanto menores forem os juros, maior é o estímulo à economia americana, que começa a mostrar sinais de retração devido aos problemas no mercado imobiliário.

Às 16h25, o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, subia 4,18%, para 56.590 pontos, com movimentação financeira de R$ 4,779 bilhões. O dólar fechou em queda de 2,14%, para R$ 1,879, segundo dados preliminares. O risco-país despencava 5%, para 190 pontos.

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No mesmo horário, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subia 2,11% e o SP 500, outro índice do mesmo mercado, tinha alta de 2,52%. O eletrônico Nasdaq subia 2,25%.

Antes da decisão do Fed, outras notícias já tinham contribuído para o bom humor do mercado, que aguardava a decisão das taxas de juros. O próprio Fed injetou US$ 9,75 bilhões pela manhã no sistema financeiro americano.

O corte de juros dos EUA é o primeiro desde junho de 2003, quanto a taxa foi reduzida para 1% ao ano. Em junho de 2004, o Fed deu início ao movimento de aperto monetário, que durou exatamente dois anos, com a taxa chegando a 5,25% em junho de 2006, patamar que vem sendo respeitado desde então.

Na avaliação do diretor da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, também contribuíram para o bom humor dos mercados a divulgação da inflação do produtor nos Estados Unidos e outras notícias positivas, como a injeção de recursos no sistema financeiro pelo Fed. Bandeira ressalta, no entanto, que o anúncio do Fed é que define os rumos das bolsas nesta tarde.

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Pela manhã, foi divulgado a queda de 1,4% nos preços ao produtor nos Estados Unidos no mês passado . O declínio foi mais intenso do que as expectativas de muitos economistas, que apostavam em um recuo de 0,3% a 0,4%.

Outras notícias também influenciam o mercado. O Lehman Brothers divulgou a primeira queda de lucro trimestral desde 2002. O recuo de 3,2% nos ganhos do terceiro trimestre fiscal dos Estados Unidos foi causado por baixas contábeis relacionadas a hipotecas e posições de empréstimos alavancados.

Pela manhã (horário de Brasília), o Banco Central Europeu (BCE) fez também uma injeção de 155 bilhões de euros no mercado financeiro da região, a uma taxa de juro mínima de 4,15%. Esta operação de financiamento vence em 26 de setembro e tem sido realizada às terça-feiras para injeção de liquidez na zona do euro.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas do comércio no país subiram em julho , completando o sétimo mês consecutivo de aumento.

Na Inglaterra, as ações do banco hipotecário britânico Northern Rock subiram mais de 10% nesta terça depois de o governo britânico dizer que protegerá todos os depósitos dos correntistas na instituição . Desde sexta-feira, com o anúncio de um empréstimo emergencial para a instituição, os correntistas fizeram filas nas agências da empresa para sacar suas economias.

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Bolsas sobem na Europa

BC americano reduziu em meio ponto percentual a taxa anual, que passou para 4,75%. Sinais de problemas na economia dos EUA influenciaram na decisão

A ajuda ao Northern Rock ajudaram as ações de bancos na Europa a terminarem o dia em alta e as principais bolsas do continente fecharam também com ganhos, à frente da decisão do Fed . O índice da bolsa de Londres FTSE subiu 1,63%. o CAC-40, de Paris, teve alta de 2,02% e o DAX, de Frankfurt, de 1,27%.

Na Ásia, os principais mercados fecharam em queda. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 cedeu 2,02%, para 15801,80 pontos, um dia depois de essa praça não operar por causa de feriado.

Em Hong Kong, o Hang Seng diminuiu 0,09%, para 24576,85 pontos. O Kospi, de Seul, caiu 1,77%, ficando em 1838,61 pontos. O Shanghai Composite Index, de Xangai, foi exceção - encerrou aos 5425,20 pontos, com elevação de 0,07%.

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