A contração na produção econômica dos EUA se aprofundou nos dois primeiros meses do ano e não há recuperação prevista para logo, segundo a mais recente avaliação das condições econômicas divulgadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). Os informes dos 12 bancos regionais do Fed, reunidos no chamado Livro Bege, "sugerem que as condições econômicas nacionais se deterioraram mais" em janeiro até o fim de fevereiro. O relatório em grande parte resume as condições econômicas que serão consideradas no encontro do comitê de mercado aberto do Fed marcado para os dias 17 e 18 de março.
"Olhando à frente, os vários distritos avaliam como fracas as perspectivas de melhora no curto prazo nas condições econômicas, com uma retomada significativa não sendo esperada antes do fim de 2009 ou início de 2010", disse o Fed. Num sinal preocupante, os efeito da desaceleração parecem ter se espalhado além dos setores de serviços financeiros e manufaturados. A atividade numa ampla série de serviços não financeiros caiu notavelmente, em meio a cortes disseminados de emprego, afirma o Fed.
"Com o aumento nas dispensas e congelamentos nas contratações, o desemprego aumentou em todas as áreas, reduzindo ou eliminado as pressões de alta dos salários", disse o Fed. Mesmo setores tipicamente resistentes às recessões, como o de saúde, estão sentindo o aperto. "Fornecedores de serviços de saúde informaram que houve queda nos volumes de pacientes, o que foi atribuído em parte a uma queda nos procedimentos eletivos nos distritos de Richmond, Minneapolis e San Francisco", segundo o Livro Bege.
Enquanto isso, os gastos em itens discricionários, como férias, restaurantes e veículos, continuaram pressionados. São Francisco em particular informou uma forte queda em turismo e dispensas "extensivas" e fechamentos de restaurantes, disse o Fed.
O setor de habitação continua em crise na maior parte das áreas, disse o Fed, enquanto a demanda por hipotecas "continua deprimida". Os preços das residências "continuaram caindo, com quedas de dois dígitos em algumas áreas, com poucos ou sem sinais de desaceleração evidente", disse o Fed.
Bolha dos imóveis comerciais
O presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, acredita que o setor de imóveis comerciais pode ser a próxima bolha a estourar nos EUA, o que dificultaria ainda mais os esforços do governo para recuperar a economia do país. "O declínio do setor de imóveis comerciais pode colocar mais pressão sobre instituições e mercados já problemáticos", afirmou Lockhart em um discurso preparado para um evento na Câmara de Comércio de Miami.
A perspectiva negativa no setor imobiliário comercial é preocupante uma vez que "a superação dos problemas no setor financeiro é crucial para a recuperação da economia", disse ele.
Lockhart mostrou-se muito preocupado com o estado do setor de imóveis comerciais em particular. "Há vários subsetores neste mercado: varejo, escritórios, hotéis e indústrias. Todos enfrentam problemas", afirmou, observando que apenas o segmento de armazenagem parece relativamente sólido, mas apenas porque a queda na demanda provocou um aumento de estoques de produtos.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast