O Federal Reserve pude atrasar o esperado aumento das taxas de juros nos Estados Unidos devido às turbulências financeiras no exterior, segundo uma análise publicada nesta terça-feira (30) pelo “The Wall Street Journal”.
Depois da última reunião de seu Comitê Federal de Mercado Aberto, em meados de junho, o Fed deu a entender que a alta dos juros aconteceria neste ano, e inclusive alguns de seus integrantes falam que ela ocorreria em setembro.
No entanto, o jornal financeiro afirma que o banco central americano pode atrasar a data se aumentar a instabilidade nos mercados financeiros por causa das recentes “turbulências” em Grécia, China e Porto Rico.
Quanto à crise grega, o governo de Atenas propôs nesta terça a seus parceiros europeus a assinatura de um empréstimo de dois anos com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), uma reestruturação de sua dívida com o Fundo de Estabilidade Financeira (FEEF) e uma breve prorrogação do resgate.
Por sua vez, o governo de Porto Rico descartou ontem tentar atender a todos os pagamentos de sua dívida em seus termos atuais e frisou sua determinação em buscar uma moratória que lhe permita promover medidas de crescimento que ajudem a destravar sua economia.
Já as bolsas chinesas começaram a se reerguer depois de duas semanas de quedas que levaram as autoridades a anunciar, no fim de semana passado, uma série de medidas para tentar tranquilizar os mercados.
Expectativa
O número dois do Fed durante o mandato de Ben Bernanke, Donald Kohn, afirmou que é “difícil” saber como o Federal Reserve responderá à crise grega após a ruptura das negociações e a convocação de um referendo.
Com o mês de setembro no horizonte, “ainda há tempo para decidí-lo (...) agora o que resta é acompanhar de perto a situação”, declarou o ex-vice-presidente do Fed em entrevista ao “WSJ”.
O Fed mantém os juros em níveis baixos – entre 0 e 0,25% – desde o fim de 2008 como parte do programa de estímulo monetário para ajudar a economia a superar a crise após a explosão da bolha financeira e imobiliária.