Num sinal de que o governo dos EUA está preocupado com a acirrada batalha pelo controle do banco Wachovia, diretores do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) pressionam o Citigroup e o Wells Fargo a fechar um acordo para dividir a instituição entre si. Fontes próximas revelaram ao "The Wall Street Journal" que um acordo em discussão neste domingo à noite previa a divisão geográfica da rede de 3.346 agências do Wachovia. Pelo acordo, o Citi ficaria com as agências no nordeste e no leste, enquanto o Wells Fargo levaria as do sudeste e as da Califórnia, além da corretora e da unidade de administração de ativos.
Simultaneamente às negociações para a divisão dos ativos, advogados do Wachovia e do Citigroup travavam uma batalha judicial acerca da validade de um "acordo de exclusividade" entre o Wachovia e o Citigroup. Com base nesse acordo, um tribunal de primeira instância bloqueou no sábado a venda do Wachovia ao Wells Fargo, por US$ 14,8 bilhões. A oferta do Wells Fargo foi feita quatro dias depois de o Citigroup afirmar que tinha comprado as operações bancárias daquele que era o quarto maior banco dos EUA, com a assistência da FDIC, por US$ 2,1 bilhões.
A Suprema Corte de Nova York estendeu de sexta para segunda-feira a validade do acordo com o Citi e bloqueou o negócio com o Wells Fargo. No domingo, porém, uma corte de apelações do Estado de Nova York reverteu a decisão. Alegando que o Wachovia descumpriu o acordo, o Citigroup disse que recorreria contra a decisão da corte de apelações. Mas o vaivém judicial não parece ter interrompido as discussões acerca da separação dos ativos, segundo uma fonte próxima. Autoridades dos órgãos reguladores e executivos dos bancos lutam para encerrar logo o impasse em parte por causa da preocupação de que a situação do Wachovia continue indefinida quando as bolsas dos EUA abrirem na manhã desta segunda-feira, o que poderia aumentar o nervosismo dos investidores e dos clientes do banco.