O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou planos para reduzir o agressivo programa de compra de títulos ontem, mas tentou atenuar o aguardado anúncio ao sugerir que a principal taxa de juros continuará baixa por mais tempo, pelo menos até que a taxa de desemprego fique abaixo de 6,5% a taxa registrada em novembro foi de 7%, a menor em cinco anos.
No início do fim do apoio sem precedentes à economia norte-americana, o banco central informou que vai reduzir as compras mensais de títulos em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões. A redução dividiu-se igualmente entre os títulos lastreados em hipotecas e os papéis do Tesouro.
A mudança, que surpreendeu alguns investidores, sinalizou a melhora na perspectiva para a economia e o mercado de trabalho, e marca um ponto de virada para o maior experimento de política monetária da história. "Eles finalmente tiraram o Band-aid que estavam puxando há muito tempo", disse o presidente do hedge fund LibertyView Capital Management, Rick Meckler.
O programa de compra de ativos do Fed, peça central da política da era de crises, adicionou cerca de US$ 4 trilhões em títulos a seu balanço patrimonial. O processo de retirada do estímulo percorre numerosos riscos, incluindo a possibilidade de juros mais altos do que a meta e perda de confiança dos investidores.
Brasil
Ainda ontem, o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, fez um apelo para que o Fed fizesse o quanto antes possível a mudança na sua política para minimizar as incertezas. O chefe do departamento econômico do Banco Central do Brasil, Túlio Maciel, lembrou que o país está preparado para as mudanças do Fed, que devem elevar a cotação do dólar em vários países. Uma das armas brasileiras é justamente os leilões da moeda estrangeira com compromisso de recompra. Ontem, o BC informou que os leilões injetaram US$ 15,7 bilhões no mercado financeiro neste ano.