A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de mais de 1 por cento nesta quarta-feira, garantindo discreto ganho em janeiro, graças aos comentários do banco central dos Estados Unidos, que sinalizou que o juro norte-americano permanecerá no nível atual nos próximos meses. A notícia somou-se ao crescimento acima do esperado da maior economia do mundo.
``Dado que o mercado imobiliário está estável e os preços do petróleo estão em queda, o mercado acho que está entendo isso como uma entrada num ciclo mais virtuoso, onde nem a inflação vai ser tão alta e nem o crescimento vai ser tão baixo quanto estava se esperando antes. Isso é um ambiente ideal para as empresas'', disse Daniel Gorayeb, analista de investimentos da corretora Spinelli.
O Federal Reserve deixou a taxa básica de juros dos Estados Unidos estável nesta quarta-feira em 5,25 por cento ao ano e disse que as pressões inflacionárias tendem a se moderar.
``O mercado comemora o crescimento do PIB justamente porque o Fed não mostrou preocupação muito forte com inflação. Para fevereiro, a gente está com perspectiva boa. Acho que essa reunião do Fed serve para confirmar essa tendência'', complementou Gorayeb.
O principal indicador da bolsa paulista fechou praticamente na máxima do dia nesta quarta-feira, com valorização de 1,36 por cento, a 44.641 pontos. No acumulado de janeiro, a alta foi 0,38 por cento -pior desempenho desde agosto do ano passado, quando o Ibovespa recuou 2,3 por cento.
O volume financeiro foi 3,75 bilhões de reais. Os dois papéis mais negociados, Petrobras e Vale do Rio Doce avançaram 1,21 por cento e 2,13 por cento, beneficiados pela alta do preço de commodities no mercado internacional.
O índice Reuters/Jefferies CRB, que acompanha uma cesta de 19 futuros de commodities, avançou quase 1 por cento e encerrou no maior patamar em quatro semanas e meia.
Já o terceiro papel negociado foi Companhia Siderúrgica Nacional, que subiu 6 por cento, depois que a empresa perdeu a disputa pela anglo-holandesa Corus para a indiana Tata Steel, que comprou a siderúrgica por 12 bilhões de dólares.
``Mantemos nossa recomendação neutra para CSN, mesmo considerando que o papel deve ter desempenho superior ao de seus concorrentes no curto prazo, à medida que permanece incerto neste momento qual é o foco e a estratégia da CSN'', afirmou a corretora Merrill Lynch em relatório.
A maior alta do indicador foi Cosan, que disparou 10 por cento depois que assinou um contrato para a compra do controle da Vale do Rosário, uma das maiores usinas sucroalcooleiras do Brasil.
NOVATAS
As ações da Rodobens Negócios Imobiliários e da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário estrearam nesta quarta-feira na Bovespa e ajudaram a inflar o volume da bolsa, que foi um dos maiores do mês. A primeira registrou forte alta, 16,67 por cento, mas a segunda recuou 2,14 por cento.
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