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O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, chegou a um acordo para resgatar a American International Group (AIG), a maior seguradora dos Estados Unidos e a terceira do mundo, atrás da holandesa ING e da alemã Allianz. Segundo o acordo, o Fed injetará US$ 85 bilhões na AIG, em troca de uma participação de cerca de 80% no capital do grupo, segundo informaram, na noite desta terça-feira, o jornal New York Times e a rede de televisão CNBC. Os papéis em mãos dos acionistas seriam diluídos, mas não eliminados, como ocorreu na estatização das gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, há dez dias.
- O pequeno brilho de esperança se tornou um raio de esperança - disse à CNBC uma fonte que pediu para ser mantida no anonimato, já que as negociações não foram concluídas.
Citando pessoas ligadas à negociação, o conjunto dos ativos da AIG, que chegavam a US$ 1,05 trilhão no final de junho, servirá de garantia à transação.
O plano foi divulgado depois de o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, e o presidente do FED, Ben Bernanke, terem se apresentado no Congresso para informar seu teor aos líderes da Câmara de Representantes e do Senado.
Fed de NY fará o aporte
O Federal Reserve (BC americano) autorizou que o Fed de Nova York emprestasse os US$ 85 bilhões para a AIG para tentar resolver a situação financeira da maior seguradora dos EUA. A direção do Fed informou que o empréstimo garantido foi autorizado com o total respaldo do Departamento do Tesouro 'com termos e condições planejadas para proteger os interesses do Governo dos EUA e dos contribuintes'.
''O propósito desta linha de crédito é ajudar a AIG a cumprir com suas obrigações na medida em que vencem", disse o banco em comunicado.
O governo americano receberá 79,9% de participação na AIG e terá direito de veto nos pagamentos de dividendos para acionistas ordinários e preferenciais.
O crédito, que está garantido por todos os ativos da AIG e suas filiais, tem um prazo de 24 meses e os juros serão determinados pela média de uma taxa Libor a três meses mais 850 pontos base. Está previsto que seja pago com fundos da venda de ativos da firma.
No comunicado, o Fed diz ainda que, nas atuais circunstâncias, uma quebra desordenada da AIG agregaria níveis significativos de fragilidade aos mercados financeiros, aumentando os custos do crédito e debilitando a economia.
Uma notícia no final do pregão das bolsas em Wall Street de que o Federal Reserve estaria considerando um empréstimo para a AIG impulsionou o mercados americanos, que, como no Brasil, já tinham recuperado o humor depois que o Fed decidiu manter estável os a taxa básica de juros americanos em 2%.
Salva do colapso
Com a concretização do acordo, a AIG se vê salva do colapso, em mais um capítulo da crise que vem sacudindo o mercado financeiro americano e se espalhado por todo o mundo.
As notícias sobre um possível resgate financeiro foram divulgadas depois que a AIG indicou que suas operações estão normais e que não pretende reduzir o capital de suas filiais para conseguir a liquidez que necessita a curto prazo.
- Os negócios de seguros gerais, de vida e de aposentadoria, incluindo as atividades na Ásia, continuam operando normalmente, estão adequadamente capitalizadas e têm plena capacidade para cumprir com suas obrigações com seus segurados - explicou a AIG em um comunicado divulgado após o fechamento das bolsas em Wall Street.
No pregão desta terça-feira no mercado de Nova York, a AIG perdeu 21,22% de seu combalido valor acionário. Depois de divulgar o comunicado, as ações da seguradora registraram outra queda de 24% no pregão eletrônico, que acontece depois do fechamento dos mercados.
'' A AIG continua buscando alternativas para aumentar a liquidez a curto prazo da matriz'', acrescentou em seu comunicado, no qual assegurou que nessas opções não estava incluído ''esforço algum para reduzir o capital de qualquer de suas filiais ou alterar as operações na Ásia''.
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