Pode faltar mão de obra especializada em engenharia no Brasil para preparar a Copa do Mundo de 2014, disse hoje (10) o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro. Segundo ele, a falta de profissionais qualificados pode acabar provocando uma paralisação no desenvolvimento brasileiro. "Você vai ter que importar profissional. E nós somos totalmente contra".
O presidente da FNE afirmou que o Brasil tem muita expertise (profissionais competentes) no setor de engenharia e, por isso, muitos profissionais acabam sendo contratados no exterior.
Com atrair um número maior de jovens, a federação elaborou um material de divulgação que foi distribuído a estudantes do segundo grau. "Tem que duplicar o número de formandos nos próximos cinco anos", disse. A meta é elevar para 60 mil o número de formandos por ano em engenharia até 2014.
Nas décadas de 70 e 80, a carreira de engenharia disputava com a de medicina a preferência dos vestibulandos. "Tivemos 20 anos de estagnação econômica. Os engenheiros migraram para outras áreas, como a de finanças", avaliou. De acordo com a FNE, mais de 100 mil alunos entram nos cursos de nível superior de engenharia, mas apenas 30 mil se formam a cada ano.
Pinheiro estima que existam atualmente no Brasil cerca de 500 mil engenheiros na ativa. "É [um número] muito pequeno para a demanda", analisou. Segundo ele, o aumento de engenheiros qualificados atenderá ainda às Olimpíadas de 2016, à exploração do petróleo na camada pré-sal e às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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