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A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) divulgou nesta quarta-feira (1º) uma nota intitulada “manifesto pela liberdade”, onde defende os direitos individuais, como a liberdade de expressão que, segundo a federação, estão sob ameaça no Brasil.
Na publicação, a entidade faz críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que as últimas decisões do Poder Judiciário se aproximam do cerceamento à liberdade de expressão no país. “A FIEMG espera que a exacerbação desta interpretação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) seja revisada”, diz o manifesto.
A manifestação ocorre dias após a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) adiar a divulgação de outro manifesto, que contou com a adesão de mais de 200 organizações, entre associações, empresas e pessoas físicas. O texto que veio a público – vazado por signatários – defendia a harmonia entre os três Poderes e que acabou gerando atrito entre o governo federal e a Febraban.
Na sequência do adiamento do manifesto articulado pela Fiesp, entidades do setor agroindustrial divulgaram uma nota em defesa da democracia em que criticam "aventuras radicais" e "qualquer politização ou partidarização nociva".
Confira a íntegra da publicação da FIEMG:
Manifesto pela liberdade
Os direitos individuais, como a liberdade de expressão, pilares fundamentais de um Estado Democrático de Direito, estão sob ameaça no Brasil e precisam ser defendidos com veemência. É o que faz agora e seguirá fazendo, sempre, como princípio básico de sua atuação, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).
Nas últimas semanas, assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país. Falamos de investigações e da possibilidade de desmonetização de sites e portais de notícias que estão sendo acusados em inquéritos contra as fake news. Em nosso entender, impor sanções sem o devido processo legal, contraditório e ampla defesa é uma precipitação, além de inequívoca afronta à Constituição Federal.
Conforme previsão constitucional, “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. Fica claro o propósito da Carta Magna de resguardar a todo e qualquer cidadão, sem distinção, o direito à livre manifestação.
A FIEMG espera que a exacerbação desta interpretação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) seja revisada. Atuar, assim, será fundamental para resguardar o Estado Democrático de Direito, em que as liberdades individuais devem ser sagradas e asseguradas permanentemente. Elas são condição para um país prosperar, garantindo segurança jurídica e institucional para investidores e empreendedores.
É preciso deixar claro: a defesa dos direitos individuais é o único caminho para construir um futuro de desenvolvimento e prosperidade para o Brasil. É fundamental garantir que todos os brasileiros tenham assegurado seu direito à liberdade de expressão. Não queremos que hoje aqueles que celebram eventuais censuras sejam os censurados de amanhã.
Neste sentido, consideramos oportuna a citação do ministro Marco Aurélio Mello (ADPF 572) que, ao relembrar a festejada lição do professor Adilson Abreu Dallari, assim afirmara: “Supremo não é sinônimo de absoluto; é um dos Poderes que integra um dos Poderes da República”.
Lutar pela segurança jurídica e institucional é fundamental, principalmente neste momento em que o país está combalido pela pandemia e busca retomar o crescimento econômico. Lutamos pela geração de oportunidades para milhões de brasileiros, que buscam viver com dignidade em um país que garante a cada um, no pilar da Separação dos Poderes, o respeito às individualidades, às opiniões e aos direitos fundamentais.
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG)