Juros
Banco é único a elevar taxas em maio
A Caixa Econômica Federal, que desde a crise internacional iniciada em 2008, ao lado do Banco do Brasil, encabeçou a política do governo federal de redução de juros sobre o crédito como forma de incentivar a retomada da economia, foi a única instituição financeira que aumentou, em maio, a taxa de juros incidente sobre as operações de crédito pessoal e cheque especial. É o que mostra uma pesquisa realizada nos dias 3 e 4 de maio pelo Procon-SP. A taxa de juros sobre esta modalidade creditícia subiu de 4,39% para 4,78% ao mês, uma elevação de 0,39 ponto porcentual. Com isso, a taxa média de juros sobre o empréstimo pessoal neste mês saltou para 5,21%, superando em 0,04 ponto porcentual a taxa de 5,17% apurada em abril.
Essa alta foi promovida menos de um mês depois de o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, ter elevado, no dia 28 de abril, a taxa de juros de referência da economia (Selic), em 0,75 ponto porcentual, de 8,75% para 9,50% ao ano. "O aumento da taxa de juros é a medida adotada pelas autoridades monetárias para controlar a inflação. Para o Banco Central, o atual aumento da inflação vem sendo causado pelo aumento persistente do consumo, num ritmo superior à capacidade de fornecimento de bens e serviços pelo setor produtivo. Se as expectativas do mercado se confirmarem e a Selic continuar subindo nos próximos meses, os juros mensais para os consumidores seguirão a mesma tendência", afirmam os técnicos do Procon-SP.
Eles ponderam, no entanto, que "não se pode concluir com base no resultado da pesquisa que o mercado já esteja iniciando um movimento de alta das taxas de juros, já que apenas um banco elevou suas taxas, gerando pouco impacto nas taxas médias". Mas o fato é que a recente elevação da taxa Selic representa o início de um novo ciclo de aperto monetário e as repercussões no crédito não tardarão. "De qualquer forma, o aumento do juro cobrado sobre a operação de empréstimo pessoal na caixa representa uma variação de 8,88% em relação à taxa de abril", segundo a pesquisa do Procon.
Agência Estado
O primeiro dia do Feirão Caixa da Casa Própria em Curitiba superou expectativas de movimentação, contabilizando mais de 10,4 mil visitantes. O volume de negócios fechados até as 18 horas chegou a R$ 31,6 milhões, por meio de 872 contratos, entre financiamentos do banco e das empresas parceiras. Concentrando uma oferta de mais de 15 mil imóveis de cerca de cem imobiliárias e construtoras, o evento continua até amanhã.A procura intensa reflete o mercado imobiliário aquecido pelos incentivos de crédito do governo federal para imóveis de até R$ 130 mil em Curitiba e R$ 100 mil em outros municípios da região metropolitana da capital. Para garimpar um bom negócio, no entanto, é preciso procurar pelos estandes: cerca de 9 mil residências ofertadas estão dentro dos parâmetros do Minha Casa, Minha Vida, mas elas geralmente estão localizadas nos bairros mais distantes do centro. Os outros 6 mil imóveis do feirão, mais caros, contemplam as regiões mais valorizadas mas não têm juros subsidiados.
Motivada pelo desejo de escapar do aluguel, a funcionária pública Neusa Ribeiro fechou o financiamento de um apartamento de dois quartos no bairro Pinheirinho. "Estudei as possibilidades por mais ou menos três meses, e consegui um bom negócio usando o meu saldo de FGTS na entrada e parcelando o restante diretamente com a construtora", disse.
Muito longe
A distância das ofertas do centro da capital esfriou a animação de Cláudio de Souza Pacheco, que foi checar as ofertas acompanhado da família. Mesmo com vários folhetos das construtoras e imobiliárias nas mãos, ele ainda não havia encontrado o que desejava. "Estão ofertando bastante coisa longe, vi em Almirante Tamandaré, Colombo, Araucária. Aqui em Curitiba e dentro dos preços aceitos pelo Minha Casa, Minha Vida, não está fácil de encontrar", disse. "Vim com a expectativa de encontrar alguma coisa mais em conta. Mas não vimos nenhuma novidade, está tudo dentro dos preços normais do mercado", completou sua esposa, Ana Cristina. Eles estão buscando uma boa oportunidade no mercado curitibano desde o lançamento do programa na cidade, há cerca de um ano.
No meio da tarde, Daniel Moreira também estava com a família visitando os estandes. Sua dificuldade era encontrar um sobrado de três quartos, também dentro da faixa de preços do programa do governo federal. "A família está crescendo, então precisamos de algo mais espaçoso", contou.
Mais caros
O gerente do estande da Redeimóveis, Luiz Henrique Gasparim, disse que a procura ficou acima das expectativas durante a sexta-feira. "Mesmo com o público-alvo voltado para R$ 130 mil, nossos associados fizeram uma triagem de residências de até R$ 200 mil. Atendemos bastante gente neste segmento", diz. A Redeimóveis é uma associação que reúne 12 imobiliárias da capital, e levou ao feirão um portfólio de imóveis usados.
O proprietário da Habitec Imóveis, Luis Fernando Camargo, também avaliou o movimento do primeiro dia como positivo e destacou o perfil variado de interessados. "Nossos imóveis que ficam acima dos valores do governo federal tiveram recepção tão boa que até ficamos surpresos. Mas isso não é de hoje: um prédio lançado recentemente no bairro Água Verde, com apartamentos entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, teve 65% das unidades vendidas no primeiro fim de semana de plantão", disse.
Serviço:
6º Feirão Caixa da Casa Própria de Curitiba. Marumby ExpoCenter (Avenida Wenceslau Braz, 1.046, Guaíra, Curitiba). Hoje, das 10 h às 21 h, e amanhã, das 10 h às 18 h.
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