Cerca de 5,7 mil negócios imobiliários foram fechados na sexta edição do Feirão Caixa da Casa Própria em Curitiba, realizado no último fim de semana. O número equivale a um total de R$ 538,4 milhões, valor três vezes maior do que o registrado no ano passado. Segundo o banco, pelo menos 36 mil pessoas passaram pelo evento.
Dos 15 mil imóveis colocados à venda, 60% estavam dentro dos parâmetros definidos no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O porcentual de negócios subsidiados pelo governo federal, porém, foi um pouco mais elevado, de 70%. Foram 3,8 mil contratos fechados dentro das regras do programa. Os demais 1,9 mil foram alavancados com outros recursos.
Consumidores ouvidos pela reportagem durante o feirão se queixaram da localização dos imóveis oferecidos dentro do MCMV, a maioria distante do centro. Empresários do setor afirmam que isso é reflexo do atual mercado imobiliário as construtoras que desejam conquistar o público atendido pelo programa federal precisam investir em áreas com terrenos mais baratos e com características do zoneamento mais propícias para a viabilização do imóvel. Na capital, o programa federal contempla imóveis de até R$ 130 mil.
"Vivenciamos hoje um cenário favorável ao emprego e ao aumento dos salários. A economia aquecida gera mais renda, e também mais imóveis para atender a nova demanda", diz o superintendente regional da Caixa Luciano Valério Belo Machado. Um balanço parcial do Minha Casa, Minha Vida apresentado neste mês aponta que a Caixa já contratou cerca de 27 mil moradias do programa no Paraná, que representam mais de 60% da meta estabelecida para 2010, de 44 mil unidades.
Público esclarecido
O superintendente destacou o grau de esclarecimento do público sobre a oferta de imóveis e as possibilidades de financiamento. "Uma ferramenta que facilitou muito no atendimento foi o simulador de financiamento habitacional disponível no site da Caixa", avaliou. Em março, o banco registrou 18,8 milhões de simulações.
O presidente da Redeimóveis, associação que reúne 12 imobiliárias da capital, endossou as palavras do superintendente da Caixa. "Percebi um público bem informado, ciente do que queria e com uma boa noção do que poderia comprar de acordo com a sua renda. A movimentação superou as nossas expectativas tanto em número de visitas quanto em negócios fechados", disse Sidney Axelrud. Os números de negócios realizados pela entidade, no entanto, ainda não estavam fechados até ontem. A rede levou ao feirão um portfólio de 1,5 mil imóveis novos e usados, no valor de até R$ 200 mil.
Apesar de o feirão representar um pico de atendimentos em apenas três dias, Machado lembra que o movimento do setor habitacional da Caixa se mantém especialmente aquecido durante as duas ou três semanas seguintes ao evento, motivado por oportunidades de negócio estudadas porém não concretizadas na hora. "O cenário aquecido e as condições de financiamento continuam. Quem foi ao feirão e não acessou suas possibilidades de crédito ainda pode fazer pelos canais do banco ou pessoalmente nas agências", afirmou.