Em mais um dia de negociações frustradas, a Federação Nacional dos Bancos – Fenaban (braço sindical da Febraban, que representa os bancos) não apresentou nenhuma nova proposta aos bancários. Na oitava rodada de negociações, os patrões mantiveram os 7% de reajuste salarial, mais abono de R$ 3,3 mil – rejeitados em outras duas reuniões: 9 e 13 de setembro. Ainda não há data para a próxima.
A proposta não cobre a inflação do período - INPC de agosto fechou em 9,62% - e representa uma perda salarial de 2,39%.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut), Roberto Von der Oster, a indignação é crescente. “Estamos abertos à negociação, mas que venham com uma proposta justa”, comenta.
Segundo ele, 39% das negociações coletivas no Brasil deram reajuste abaixo da inflação. “Mas são setores que estão com dificuldades reais, e aí os patrões dividem o prejuízo com os trabalhadores. É compreensível. Não é o caso dessa classe, em que apenas os 5 maiores bancos do país lucraram em torno de R$ 29,7 bilhões e reduziram quase oito mil postos de trabalho, nesse primeiro semestre”, compara.
Fortalecimento
Neste décimo dia de greve, das 23.544 agências de todo o território nacional, 12.608 estão fechadas – o que representa em torno de 54% do total - e mais 49 centros administrativos.
No Paraná, 787 agências e nove centros administrativos estão fechados. No bairro Hauer, em Curitiba, o Centro Administrativo do HSBC teve as atividades paralisadas, hoje, com adesão de cerca de 2,5 mil funcionários. No Paraná inteiro, são 17.800 bancários de braços cruzados. Os dados são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), que representa 85% do total de trabalhadores do estado.
No noroeste do Paraná, a adesão à greve já atinge 90% das agências. Em Cornélio Procópio, 81% das 44 agências localizadas na cidade estão fechadas, representando paralisação de mais de 93% do total de funcionários. Em Londrina, 90,4% das agências da região estão fechadas: são 115 agências e quatro PABs sem funcionamento. 1.922 trabalhadores estão de braços cruzados.