A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nesta segunda-feira (30) uma proposta de reajuste salarial de 6,5% aos bancários, acrescido de um abono de R$ 3 mil, a ser pago de uma só vez.
De acordo com a entidade, que é o braço sindical da federação Brasileira de Bancos (Febraban), somados, o abono e o reajuste representam um aumento de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%.”O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas por dia”, segundo a Fenaban.
Para o Comando Nacional dos Bancários, ligado ao sindicato da categoria, que negocia com a Fenaban, a proposta dos bancos “representa perda real de 2,8%, de acordo com a inflação de 9,57%”, sem contar o abono de R$ 3.000.
“Em 304 negociações no primeiro semestre, apenas 15 tiveram perda real acima de 2,8%. Ou seja, a proposta colocaria os bancários entre as 5% piores perdas reais em 2016. O setor mais lucrativo do país não pode tratar assim seus trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Segundo ela, além da proposta econômica “ser muito ruim”, não houve avanço nos outros “itens prioritários, como garantia de emprego”.
“Além disso, o abono proposto não incorpora no salario e isso faz com que a próxima negociação já se inicie com uma base defasada”, disse.
Benefícios
Em comunicado, a Fenaban destaca que o “reajuste será aplicado também ao conjunto de benefícios pagos pelos bancos, que estão entre os mais favoráveis do mercado de trabalho, como o auxílio-alimentação, que passará a R$ 523,48 mensais (e é complementado pela 13ª cesta alimentação, também no mesmo valor), e o auxílio refeição, que o reajuste elevará a R$ 694,54 mensais”.
A proposta dos banco contempla também pagamento de participação nos lucros (15% do lucro apurado no exercício de 2016) aos empregados.
“Os valores individuais podem representar até quatro salários no ano para a função de caixa”. diz a Fenaban, completando: “A proposta divulgada hoje mostra o empenho dos bancos por uma negociação rápida e equilibrada, capaz de garantir a satisfação e o bem-estar dos empregados do setor em um momento de dificuldades e incertezas na economia brasileira”.
Nesta terça-feira (30) haverá nova reunião entre o Comando Nacional dos bancários e a Fenaban.