Lançado em maio deste ano nos Estados Unidos, o projeto Instant Articles, do Facebook, chegou na terça-feira (1º) ao Brasil. Com a ferramenta, 40 empresas de mídia do país e também de Argentina, Chile, Colômbia e México passarão a publicar seus conteúdos diretamente na rede social sem que o usuário seja redirecionado para os respectivos sites.
De acordo com a empresa, a opção, que é exclusiva para smartphones, faz com que o conteúdo seja carregado mais rapidamente nos dispositivos móveis e possa ser acompanhado por recursos multimídia, como vídeos, fotos e mapas interativos. Os artigos instantâneos estão disponíveis apenas para aparelhos com sistema operacional iOS (da Apple), mas “serão estendidos gradualmente para Android nas próximas semanas”, diz a companhia, em nota.
Na prática, a ferramenta faz com que o usuário não saia do aplicativo do Facebook, mesmo ao clicar em links para abrir reportagens. No Brasil, 12 veículos terão suas notícias publicadas diretamente na plataforma, sempre identificadas pelo ícone de um raio.
Uma das primeiras reportagens a utilizar a ferramenta, no primeiro semestre deste ano, foi do jornal The New York Times, sobre a ex-ginasta brasileira Lais Souza, que sofreu um acidente de esqui, em janeiro de 2014, e ficou paralisada. Também publicaram os americanos National Geographic, BuzzFeed, The Atlantic e NBC, e o britânico Guardian, por exemplo.
Relutantes, os veículos aceitaram o projeto depois de uma série de concessões feitas pela rede social, como no acesso a dados de performance dos posts e em publicidade. “As empresas ficam com 100% da receita em anúncios vendidos de forma direta a clientes e anunciantes”, diz o texto que anuncia o Instant Articles no Brasil.
Como as reportagens são publicadas diretamente na rede social e hospedadas em seus servidores, elas devem respeitar os chamados Padrões da Comunidade, que vetam conteúdos com nudez ou “ameaça direta à segurança pública”, por exemplo.
Por causa disso, no lançamento do Instant Article, o site Gawker questionou a cobertura feita por veículos sobre a nova ferramenta por “omitir”que o Facebook não apresenta nada de “neutro” em relação ao conteúdo jornalístico.
Já o New York Times questionou “o que acontece quando editores decidirem que o certo, jornalisticamente, é mostrar foto com seios que o Facebook não permita?”. E acrescentou: “É por isso que nenhum veículo quer se tornar dependente da rede”.
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