Um dos caminhos para os produtores evitarem a sucessão de crises são as operações de hedge realizadas com o objetivo de obter proteção contra o risco de variações de taxas de juros, de paridade entre moedas e do preço de mercadorias. Segundo o gerente executivo de agronegócios do Banco do Brasil, Rogério Pio, o agricultor pode recorrer à Bolsa de Mercadorias&Futuros. Ele admite, no entanto, que as ferramentas para garantia de renda não são baratas. Ainda assim, seu uso é "mais vantajoso do que depois não ter dinheiro para cobrir os custos, problema enfrentado agora".
Conforme explica Pio, a garantia de renda pode ser feita por meio de duas ferramentas: Futuro e Opções. Pelo Futuro, o produtor fixa o preço que vai receber, independente da variação do mercado até o momento da venda do produto. "Se ele fixar em R$ 10, vai receber este valor mesmo que o preço esteja em R$ 6. Da mesma forma, se for a R$ 12, não recebe a mais." A taxa desse serviço para o produtor é de 0,68% (0,34% para entrar e outros 0,34% para sair sobre o montante negociado).
No caso da Opção, o produtor ganha pelo menos o preço mínimo definido, mas também participa dos ganhos se o valor negociado estiver acima do piso estipulado. "É como um seguro. Ele garante o preço médio, mas se estiver acima ele vai vender no mercado. Se não, ele recebe a diferença para compensar", diz Pio. A taxa sobre esse serviço é maior, e varia conforme a commodity, entre 6% e 8%.
Para fazer a proteção, Pio orienta o agricultor a procurar o banco ou uma corretora. São essas instituições que fazem a intermediação do negócio com a BM&F. "Hoje a bolsa tem liquidez para as principais commodities soja, boi, milho etc", diz. "O ideal seria que o produtor fizesse a proteção já no momento em que retira o financiamento."
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