Ferreira era o preferido da presidente Dilma para presidir a estatal| Foto: Nacho Doce/Reuters

O governo Dilma oficializou a indicação do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para comandar o conselho de administração da Petrobras. Ele ocupará a presidência do órgão e seu nome será aprovado em assembleia ordinária da estatal convocada para o dia 29 de abril.

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Além de Murilo Ferreira, o governo federal, como acionista controlador, apresentou mais seis nomes para ocupar ou permanecer no conselho: Luciano Coutinho, que está ocupando interinamente a presidência do órgão, Aldemir Bendine, atual presidente da Petrobras, Francisco Albuquerque, Ivan Monteiro, Luiz Navarro e Sérgio Quintella.

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O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, confirmou nesta sexta-feira (27) a indicação do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras.

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Condição

Indicado para assumir a presidência do Conselho da Petrobras, Murilo Ferreira impôs uma condição: só aceitaria a missão após a divulgação dos balanços do terceiro e quarto trimestres de 2014 com o aval do auditor independente da petroleira.

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Por isso, foi nomeado interinamente o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para comandar o conselho na reunião do colegiado desta quinta-feira (26).

Ferreira era o preferido da presidente Dilma para presidir a estatal, mas conseguiu contornar a situação, dizendo que a Vale também vivia uma fase difícil com a queda do preço do minério de ferro.

Balanço

A expectativa é que até a posse de Ferreira o balanço seja divulgado e inclua perdas oriundas de corrupção --uma metodologia de cálculo ainda está sendo aplicada para chegar a um valor.

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A PwC, auditoria independente contratada pela Petrobras, não deu aval ao resultado do terceiro trimestre da companhia porque é necessário que sejam dadas baixas a valores indevidamente lançados como ativos, mas que, na verdade, foram desembolsados para pagamento de propinas, segundo o esquema revelado na Operação Lava Jato.

Pelo mesmo motivo, a empresa também não conseguiu entregar, ainda, o resultado de 2014 auditado.

A Petrobras busca um novo modelo para fazer a conta, depois que a metodologia apresentada em janeiro, que apontava necessidade de baixa de R$ 88,6 bilhões, foi descartada.

A conta foi ignorada porque considerava também perdas decorrentes de questões operacionais, de mercado (como a queda do preço do petróleo) e de câmbio, por exemplo.

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Auditores independentes dizem que não é praxe aceitar apenas depoimentos de uma fonte para mensurar as perdas com corrupção.

Mas, no caso da Lava Jato, há números apresentados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco e os relevados por diretores de empreiteiras.

Com esse cruzamento, pode-se chegar a um número mais palatável e aceito pela PwC.