A Ferroeste – estatal que administra a ferrovia entre Cascavel (Oeste) e Guarapuava (Centro-Sul) – fechou negócio para a compra de cinco locomotivas e 400 vagões usados pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
Com o aumento da frota, hoje composta por dez locomotivas e apenas 60 vagões, a Ferroeste terá condições de dobrar o volume transportado, estima seu presidente, João Vicente Bresolin Araújo. A expectativa dele é fechar 2015 com movimentação de 800 mil toneladas, e passar de 1,5 milhão de toneladas no ano que vem.
Segundo o executivo, a “transferência onerosa” dos equipamentos – válida até o fim da concessão da Ferroeste, em 2078 – saiu por R$ 4 milhões, dos quais R$ 2,5 milhões foram pagos na semana passada. O restante do pagamento será feito até o fim do ano. Os recursos são do caixa do governo estadual, controlador da Ferroeste.
O negócio envolve cinco locomotivas MX620, modelo produzido entre os anos 1970 e 1980, e 400 vagões graneleiros FHD.
Os equipamentos estão distribuídos pela malha da FCA – que atua em seis estados – e chegarão aos poucos ao Paraná, via Paulínia (SP), onde há uma conexão com a malha da ALL. “Não tem uma data certa, porque é muita coisa. Ainda estamos acertando a cadência da entrega”, diz Araújo.
Prejuízos
A ampliação da frota é uma das apostas do executivo para reverter o histórico de prejuízos da Ferroeste. Segundo ele, a empresa atingiria seu ponto de equilíbrio financeiro com o transporte de 100 mil toneladas mensais, o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano.
A ferrovia dá prejuízo desde o início das operações, em 1996, e não foi diferente nos dez anos em que esteve sob administração de uma empresa privada, a Ferropar. Desde que o governo estadual retomou a concessão, na virada de 2006 para 2007, a Ferroeste acumulou perdas de quase R$ 72 milhões.