Curitiba – A Ferroeste poderá receber investimentos estaduais depois que forem resolvidas as questões judiciais que envolvem a ferrovia de 248 quilômetros de extensão, ligação entre Cascavel (região Oeste do estado) à Guarapuava (na parte central). O trecho, antes administrado pela concessionária Ferropar S/A, está sob intervenção do governo estadual desde o fim de agosto. Em reunião ontem com representantes de sindicatos e federações nacionais de trabalhadores ferroviários e membros da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Ferroviário, o governador Roberto Requião criticou a privatização da ferrovia e disse que, passado o prazo de 180 dias de intervenção, será possível viabilizar melhorias na estrada.

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Na ocasião, os representantes pediram o apoio do governo estadual na discussão nacional em torno da revitalização do sistema ferroviário brasileiro. "Temos que discutir um novo modelo porque esse, baseado nas concessões, já demonstra que não serve mais para o país, avalia a deputada federal Clair da Flora Martins (Doutora Clair), líder da Frente. Uma das principais propostas já em discussão, segundo a deputada, é a criação de um empresa capaz de operar e fiscalizar o sistema ferroviário. "Não podemos ficar reféns das concessionárias", diz.

Em resposta ao pedido dos sindicalistas e representantes da Frente, o governador ofereceu a estrutura da emissora de tevê Paraná Educativa para colocar o assunto em pauta e ampliar a discussão. Requião disse ainda que apóia o movimento, mas pouco pode interferir na questão junto ao governo federal. "O diálogo com a presidência está muito difícil. Além disso, para discutir financiamentos dessa ordem é preciso mudar a política econômica do país."

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Também durante a reunião, os sindicalistas e representantes do Conselho dos Usuários da Ferroeste apresentaram ao governador detalhes sobre a criação do Corredor Oeste – uma alternativa à proposta do governo federal para a criação de um trecho ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga (região central do estado). Previsto para ser construído por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), este braço da estrada permitiria o desvio do trecho entre Guarapuava e Ponta Grossa, que passa atualmente por Irati e é considerado muito ruim.