A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) vai enviar na semana que vem carta ao governo federal pedindo a inclusão das obras do Corredor Oeste no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ferrovia ligaria Guarapuava a Lapa passando por Irati, ao custo de R$ 550 milhões. O objetivo é evitar o trecho que já existe entre Guarapuava, Irati e Ponta Grossa, cheio de curvas e rampas acentuadas, o que reduz a velocidade das composições.
O projeto incluído no PAC é outro. Prevê a construção de trecho de 200 km entre Guarapuava e Ipiranga, que também permitiria melhorar o transporte de trens até Ponta Grossa. Para a operadora de trens América Latina Logística (ALL), ele é mais viável devido ao bom traçado geográfico.
O coordenador de logística da Fiep, Mário Stamm, acredita que o projeto defendido pela Ferroeste seja mais rentável e estima que a obra reduzirá o preço do transporte para a indústria em quatro vezes. "Os trens consumirão menos combustível e irão mais rápido", diz.
Seja qual for a solução escolhida pelo governo federal, não resolverá o problema imediato por que passam os produtores agrícolas da região Oeste, que levarão 4 milhões de toneladas na safra 2007 de Cascavel a Guarapuava.
Para eles, o ideal seria enviar a maior parte por trem, visto que o frete de caminhão eleva o custo do transporte em 25%. Mas, no momento, a Ferroeste dispõe de poucos equipamentos e opera com lentidão.
O gerente de logística da Cooperativa Agroindustrial Lar, Ademir Pereira da Silva, só consegue enviar ao porto por trem 10% das 6 milhões de toneladas de soja que exporta. A maior parte vai de caminhão, a R$ 80 a tonelada no auge da safra, o que significa que ele deixa de fazer uma economia de R$ 12 milhões. "Se não melhorarem as ferrovias não temos condição de competir", diz.
Mesmo não utilizando o transporte ferroviário, a Coopavel Cooperativa Agroindustrial também se atrasa devido à demora na operação da Ferroeste. A frota própria de 60 caminhões não resolve o problema quando o comprador pede a entrega das sacas diretamente no pátio de trens e faltam vagões. "Se precisamos mandar produto para a ferrovia e ela está lenta, isso nos prejudica", diz o gerente de transporte, Ademir Vitor.