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O aluguel de vagões ferroviários no Brasil, mercado que começou a dar seus primeiros passos há apenas cinco anos, passa por uma nova fase de expansão. A paranaense Ferrolease, pioneira no ramo, adquiriu 35 novos vagões com um investimento de R$ 10,5 milhões. Os equipamentos, tanques de 86 metros cúbicos, foram entregues há algumas semanas pela Amsted-Maxion. O pedido dos vagões foi feito antes mesmo de aparecerem novos contratos, motivado pela expectativa uma maior participação do modal ferroviário no transporte de cargas brasileiro e do aumento da produção de cargas líquidas, como combustíveis e óleos.

De acordo com a pesquisa ferroviária 2006 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 24% de toda a produção nacional são transportados por trens. O número é considerado muito baixo, mas tem crescido nos últimos anos. Entre 2004 e 2005, por exemplo, o volume transportado passou de 367 bilhões de TU (tonelada útil tracionada) para 391,9 bilhões de TU, crescimento de 6,7%.

De acordo com o presidente da empresa, Estefano Vaine Júnior, há uma grande demanda para transporte de líquidos. "Desde o ano passado a demanda por vagões-tanque cresceu muito, principalmente pela exportação de líquidos. Mas o modal ferroviário também é muito importante para o transporte dos produtos entre cidades brasileiras, como dos centros produtores de Paulínia (SP) para o Mato Grosso." Com a nova aquisição, a frota da Ferrolease atinge 146 vagões. Os novos equipamentos são do topo bitola larga (1,6 metro de largura) que dão maior estabilidade no transporte e permitem maior velocidade, segundo Vaine Júnior. A empresa tem como sócios os grupos norte-americano Global Railroad Leasing (GLR) e o brasileiro ATT.

O aluguel de vagões é uma opção interessante para as concessionárias de ferrovias, diz o executivo da Ferrolease. "As ferrovias têm necessidade de investimento muito alto e nem sempre as empresas obtêm os recursos necessários. Locando vagões, elas conseguem aumentar a frota sem fazer grandes investimentos." Por se tratar de leasing operacional, todo o custo de manutenção do equipamento fica por conta da Ferrolease. Em contrapartida, no fim do contrato, que costuma ser de cinco a dez anos, não há opção de aquisição do equipamento com pagamento de saldo residual, específico para operações de leasing financeiro.

Esse nicho de mercado ainda é novo porque é conseqüência da concessão das ferrovias à iniciativa privada, que teve início apenas em 1996, explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Luis Cesário da Silveira. Estima-se que, enquanto nos EUA a taxa de locação corresponde a cerca de 50% da frota, no Brasil esse número não chega a 10%. Segundo Silveira, as concessionárias de ferrovias podem tirar bom proveito do aluguel de equipamentos. "Em vez de comprar vagões, as empresas podem destinar mais recursos para melhorar o sistema e adquirir equipamentos de segurança."

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