Obra rodoviária inacabada na cidade paranaense de Ventania: FGTS aumentará investimentos em infraestrutura| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Consórcio de imóveis vai crescer com fundo

Folhapress

São Paulo - A aprovação, em dezembro, de novas regras para a utilização de recursos do FGTS em consórcios imobiliários deve dar um novo impulso a esse instrumento financeiro. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Adminis­tra­­doras de Consórcios (Abac), o número de consumidores que possuem esse tipo de plano para a aquisição de imóveis deve fechar 2009 com alta de cerca de 3,6%. Para este ano, a expectativa é de cres­­cimento de 10%.

Antes, só era permitido usar o FGTS para dar um lance no consórcio e obter a carta de crédito. Agora, pode-se empregar o dinheiro para pagar parcelas, amortizar o saldo devedor ou quitar o plano.

O consórcio pode ser uma opção atraente se o interessado em adquirir um imóvel conhecer bem o produto e analisar se as suas me­­tas e interesses casam com o instrumento. O ideal é que o consorciado tenha um prazo de médio a longo para comprar sua casa ou apartamento, e também que possua alguma reserva de recursos para dar um lance quando estiver mais próximo do momento em que precisará do imóvel.

"A vantagem do consórcio é que o produto une um mecanismo de poupança programada com o investimento na construção do patrimônio familiar’’, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac. Na prática, funciona como um financiamento habitacional com custos bem pequenos – uma taxa de administração de 1% a 1,5% ao ano, en­­quanto o crédito convencional cobra juros de até 12% ao ano. O consumidor só precisa ter certeza de que pode esperar alguns anos para pegar as chaves.

"Se algum cliente me diz que es­­tá adquirindo uma cota porque tem sorte e vai ser sorteado logo, de­­­sencorajo. Não é a melhor alternativa, porque pode decepcionar’’, frisa Márcio Murad, gerente geral de seguros do grupo imobiliário Apsa.

Essencial, a fim de evitar problemas, é conferir se a instituição que está vendendo o consórcio está registrada no Banco Central – é só consultar o site www.bcb.gov.br. Além disso, é preciso ler com cuidado o contrato para saber como é feito o reajuste das parcelas. Não custa, ainda, participar das assembleias para ver o andamento do plano.

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São Paulo - Investir em infraestrutura pode ser a saída para quem pretende obter mais rentabilidade nos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A alternativa deve estar disponível para o trabalhador a partir de março, quando está prevista a regulamentação do Fundo de Investimento em Cotas (FIC-FGTS) administrado pela Caixa Econômica Federal.

Por meio do FIC, o trabalhador vai poder participar do Fundo de Investimento (FI-FGTS), que aplica recursos do FGTS em energia, rodovias, portos, ferrovias, hidrovias e saneamento. No ano passado, o FI obteve um rendimento de 9%, bem acima dos 3,9% obtidos pela remuneração do FGTS.

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A aplicação será limitada a 30% do saldo do trabalhador e te­­rá carência de um ano para o res­­gate. Durante esse período, o dinheiro investido não poderá ser resgatado nem nos casos previstos nas regras para saque do FGTS, como demissão e compra da casa própria. O investimento também terá riscos. Se o fundo der prejuízo, o trabalhador vai ar­­car com as perdas, e o pior, não vai poder resgatar o dinheiro an­­tes do prazo mínimo previsto. Ao contrário do FGTS, que assegura 3% de ganho ao ano, o FIC não te­­­­rá rentabilidade garantida.

Mesmo com o risco envolvido na aplicação, para o presidente do Instituto FGTS Fácil, Mario Avelino, a aplicação compensa. "Esse instrumento vai ser uma opção para aumentar o rendimento do fundo e, na minha opinião, o risco é praticamente nu­­lo", diz. Avelino projeta um rendimento de 10% para o FI-FGTS nos próximos anos, graças ao perfil de investimento do fundo. "O fundo investe nos projetos mais rentáveis do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", diz.

Embora o governo tenha aber­­to a possibilidade de investimento de até 30% do saldo do FGTS, Avelino diz que dificilmente o trabalhador vai poder fazer a aplicação máxima. Isso porque o total de investimento dos trabalhadores no FIC, inicialmente está limitado em R$ 5 bi­­lhões. Como a procura deve su­­perar esse valor, será feito um rateio proporcional ao volume de pedidos. Avelino estima que a demanda pelo FIC vai chegar a R$ 20 bilhões, quatro vezes mais que o liberado pelo governo. Nes­­se caso, o máximo que o trabalhador poderia investir seria 7,5% de seu saldo.

Participação

Dependendo da procura, o go­­verno também deve autorizar a ampliação da cota dos trabalhadores no fundo, em pacotes de R$ 5 bilhões. A ampliação das cotas também deve seguir a procura por investimento em infraestrutura do país. De acordo com o secretário executivo do Conse­lho Curador do FGTS, Paulo Fur­tado, a necessidade de investimentos nas áreas em que o FI-FGTS atua é de R$ 31 bilhões.

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Atualmente o FI-FGTS administra um patrimônio de R$ 17,1 bilhões, dos quais R$ 14,5 bi­­lhões já foram desembolsados em projetos de financiamento de infraestrutura. De acordo com o vice-presidente de gestão de ativos de terceiros da Caixa, Bolivar Moura, responsável pela coordenação do fundo, a maioria dos recursos (80%) está aplicada em renda fixa, enquanto o restante está em renda variável. "O fundo também pode adquirir ações de empresas ligadas à in­­fraestrutura", afirma.

A entrada em funcionamento do FIC depende ainda de aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Embora a estimativa em setores do governo seja que o fundo comece a operar em março, a CVM não forneceu estimativa de quando deve aprovar a regulamentação do FIC.