IIF reduz projeção de crescimento da economia brasileira
O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), formado pelos maiores bancos do mundo, reduziu as previsões de crescimento do Brasil para 1% em 2014 e para 1,5% no ano que vem de acordo com o relatório Monitor Econômico Global de julho
As indústrias de transformação e da construção continuam exibindo perdas em relação ao ano passado, enquanto o comércio desacelera. A combinação, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), levou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a registrar o primeiro resultado negativo este ano. De acordo com o Monitor do PIB, acompanhamento feito pela instituição, no trimestre encerrado em maio, a soma da renda gerada no País recuou 0,1% na comparação com igual período de 2013.
Caso continue no negativo, o PIB terá o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2009, quando a queda foi de 1,5% sobre igual período do ano anterior, de acordo com os dados oficiais do IBGE. Os resultados do segundo trimestre serão divulgados em 29 de agosto.
Até abril, a taxa trimestral interanual era calculada em 0,9%, segundo o relatório do Monitor do PIB, que busca antecipar mês a mês os rumos da economia usando as mesmas metodologia e fontes de informação empregadas no cálculo oficial do IBGE. Entre janeiro e março, a economia havia avançado 1,9% na comparação com igual período de 2013, segundo o IBGE.
A indústria teve recuo de 2,9% de março a maio em relação a igual período de 2013. Pesaram para este desempenho a queda de 5 4% na indústria de transformação e a de 6,6% na indústria da construção, na mesma base de comparação. Com a intensidade das perdas, nem o avanço de 8,1% do segmento extrativo estancou a piora do setor produtivo.
O setor de serviços, que responde por dois terços da economia, perdeu força e subiu 0,6% no trimestre até maio, influenciado pelo desempenho mais fraco de comércio, transportes e outros serviços. Na agropecuária, houve melhora entre abril e maio, para 1,3%, mas a taxa ainda é menor do que no primeiro trimestre.
"A economia desacelerou forte demais em abril. Em maio, continuou nesse processo, embora menos do que no mês anterior. Mas o bimestre mostra deterioração", avalia o pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) Claudio Considera, coordenador do projeto. O economista já esteve à frente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, responsável pelo cálculo oficial do PIB, e atuou como Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
"No caso da agropecuária, o desempenho mostra que o crescimento este ano não vai ser estrondoso como nos outros anos. Nos serviços, não tem muito jeito. O setor depende da indústria e da agropecuária", acrescenta. Em 12 meses, o PIB mostrou crescimento de 1,7% até maio, bem menor do que o acumulado em quatro trimestres até março, quando o avanço era de 2,5%, conforme divulgou o IBGE em 30 de maio.
Indicador
Nesta segunda-feira, 14, o Boletim Focus mostrou que os analistas estão cada vez menos otimistas e esperam, em média, alta de 1,05% no PIB este ano. Na sexta-feira, as atenções se voltam ao Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), outro termômetro da atividade no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast