A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 10,0% em setembro, informou nesta quarta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é idêntico ao observado em agosto e interrompe uma sequência de sete aumentos, mas se mantém no maior nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005.

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Se, por um lado, tal resultado pode gerar certo alívio aos formuladores de política macroeconômica, por outro continua preocupando, uma vez que a expectativa estabilizou-se em um patamar bastante elevado. A pesquisa também mostra que a elevada expectativa de inflação é generalizada entre as faixas de renda, o que implica em maiores dificuldades para o controle da inflação”, diz o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV.

Segundo a instituição, em relação ao mês de setembro, quase 60% dos consumidores preveem uma inflação acima de 9% para os próximos 12 meses, menos do que em agosto, quando essa fatia superava dois terços dos entrevistados. Mesmo assim, o aumento permanece em relação ao início do ano, já que, em janeiro, a expectativa dos consumidores para a inflação estava em 7,2%.

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Além disso, todas as faixas de renda esperam inflação de 10,0% nos próximos 12 meses, à exceção da faixa 1, com ganhos mensais de até R$ 2,1 mil. Neste caso, é aguardado um aumento médio de preços de 10,2% a partir deste mês.

O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.

A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.