A Fundação Getulio Vargas (FGV) manteve a previsão de que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerre o mês de janeiro com aceleração de 1% e feche o ano de 2013 com 5,5% de alta. "Janeiro é sempre um mês de inflação alta no Brasil, pois concentra aumento de mensalidade escolar, IPTU, IPVA, e ainda tem algo que dá um choque de oferta nos itens in natura de alimentação. Nada disso está diferente este ano", afirmou o coordenador do índice, Paulo Picchetti. Na primeira quadrissemana de janeiro, o IPC-S ficou em 0,77% ante 0,66% na leitura imediatamente anterior.
Picchetti alerta para o fato de que o índice de difusão do indicador já está alto (75%) na primeira quadrissemana de janeiro. A medida do indicador de difusão representa o porcentual de preços de itens em alta do IPC-S. "Faz um ano que não temos um índice tão grande quanto esse", comentou Picchetti. Desde a segunda quadrissemana de janeiro de 2012, quando chegou a 75,22%, o indicador de difusão do índice não alcançava o patamar de 75%.
Além da influência do grupo Educação, com as mensalidades escolares, janeiro também herdou a pressão causada pelo reajuste de preços do cigarro em dezembro. Da quadrissemana que encerrou o mês de dezembro para a primeira de janeiro, o item cigarros passou de 3,85% para 5,09%.
Também pressionou o índice da primeira quadrissemana o item refeições fora de casa (em bares e restaurantes), que passou de 0,79% para 1,10%. O grupo Alimentação também continua afetando o índice, e subiu de 1,16% para 1,57% no mesmo período. "Muito provavelmente, alimentação vai continuar pressionando (o IPC-S em janeiro)", comentou Picchetti.
Na outra ponta, o fim do período de festas já causa desaceleração em alguns itens, como passagem aérea, por exemplo, que saiu de 12,58% na última quadrissemana de dezembro para 2 72% na primeira prévia de janeiro, com impacto de -0,02 ponto porcentual na trajetória do índice atual. "Passeios de férias já estão desacelerando, assim como carnes bovinas, laticínios, e automóveis usados, ainda, apesar desse aumento do IPI", comentou Picchetti.
A incógnita para o mês de janeiro, de acordo com o economista, é um possível reajuste nas tarifas de ônibus. "Tradicionalmente há reajustes de tarifas de ônibus quando há mudança de prefeitos. Então não está descartada a possibilidade de algumas das capitais terem um ajuste e, nesse caso, o impacto é bem grande."
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