O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse nesta terça-feira que acredita ser pouco provável a repetição de um quadro de deflação para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em 2010. Em entrevista, ele destacou que não trabalha com a possibilidade, porque os motivos que levaram o indicador de inflação da FGV à primeira deflação anual de sua história em 2009 não devem se repetir no próximo ano.
Nesta terça a instituição divulgou que o IGP-M apresentou queda acumulada anual inédita de 1,72% em 2009, ante uma taxa bem mais alta, de 9,81%, em 2008. A deflação este ano trouxe alívio para boa parte da população, já que o IGP-M é a principal referência para o reajuste dos contratos de aluguel.
Para Quadros, a deflação neste ano está ligada à crise internacional, que trouxe impacto direto ao preço das commodities (matérias-primas) nos mercados do exterior. Além disso, houve a valorização do real ante o dólar, refletindo especialmente a saída mais rápida do Brasil da recessão.
"Acho difícil uma nova deflação do IGP-M em 2010, pois acredito que estes fatores não devem se repetir", comentou Quadros. "Acho pouco provável, pois estamos num cenário de recuperação da economia brasileira. E a economia mundial também deve se recuperar. Neste cenário de retomada, também deveremos ter uma recuperação nos preços de commodities", salientou.
O especialista salientou que, apesar da deflação ser improvável, não há grandes preocupações para 2010 em relação ao surgimento de pressões significativas sobre os preços, tanto no atacado quanto no varejo. Segundo ele, se isso ocorresse, os bancos centrais do globo entrariam em ação, aumentando as taxas de juros e reduzindo a liquidez.
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