O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acusou nesta terça-feira (07) o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de estar "brincando de Poliana" ao esconder do brasileiro que a crise financeira mundial terá impacto no País.
"Nós vamos cobrar do governo atual nitidez nas medidas que vão ter que ser tomadas. Não no sentido de sabotá-las, nós não vamos sabotar nunca o interesse do Brasil, mas para defender melhor esses interesses. Sobretudo vamos cobrar que deixem de brincar de Poliana", afirmou Fernando Henrique, após participar, em São Paulo, de reunião do PSDB onde foi definido o apoio, no segundo turno, ao prefeito e candidato do DEM, Gilberto Kassab.
Para o ex-presidente, "não se pode continuar dizendo que está tudo bem quando nesta terça o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, dá uma declaração de que a crise apenas começou". Ele prosseguiu, mandando recado ao Planalto: "Não é possível manter atitude de alienamento só com o propósito de anestesiar o povo."
Ressalvando que a situação "é muito delicada" e "quem tem responsabilidade política não pode usar isso para tirar proveito", disse que a declaração do Planalto de que o Brasil está à margem da crise não corresponde com a realidade.
"Essas declarações de que estamos blindados são retóricas. Não há ninguém blindado no mundo mais. De modo que isso é uma declaração para fins de enganar a população. Não gosto disso, porque acho que não ajuda e não engana. As pessoas vão sentir no bolso as conseqüências da crise", afirmou.
Apesar de todas as advertências, o ex-presidente disse que o momento não é de ficar especulando sobre a crise "porque é negativo" para todo mundo. "Queremos saber, entretanto, com mais detalhe, por que se tomam certas medidas para defender com mais empenho o interesse popular."
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