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Fio do bigode

Fiado é melhor que cheque

No Supermercado Panizzi, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, não se aceitam cheques. As formas de pagamento são dinheiro, cartões e fiado – esta última, só para conhecidos. "São meus clientes mais fiéis. Eles garantem 30% do meu faturamento e posso dizer que o calote é quase zero", conta o dono do mercado, Lenoir Panizzi. O caderninho facilita a vida. Alguns clientes, como o dono da oficina mecânica vizinha, fazem pequenas compras todos os dias e podem acertar no fim da semana. Outros, em geral aposentados, abastecem a despensa para o mês e só pagam quando chega a pensão.

Para pequenos comerciantes, o fiado fideliza a clientela e permite que se façam as vendas sem recorrer aos pré-datados. Quem entra na competição nas áreas onde o fiado ainda existe tem de se adaptar. Há cinco meses, o comerciante Laércio Coggo comprou um mercado a poucas quadras do Panizzi. "Acabei abrindo um caderno para os conhecidos", diz Coggo. "Aos poucos tenho que ir selecionando para quem posso vender fiado. Quem não paga em dia perde o crédito." (GO)

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